Missiva para um jornalista de Campo Grande
Foto perfeita de Inácio Galvão Planalto Central 30 de julho (aniversário de nascimento de Mario Quintana), de 2019. Caro Dante, realmente o livro de Amós Oz é estupendo. “A Caixa Preta” nos dá aflição e diversão simultâneas. Obrigada por me fazer lembrar que a obra estava aqui na estante, esperando para ser lida. O que nos leva a gostar de um escritor a ponto de ler tudo ou quase tudo dele? Seria um processo consciente ou não? O que você me diz? No caso de Oz, há uma identificação entre Israel e Brasília: uma espécie de forçação de barra, uma artificialidade encravada no meio do nada. Quando ele descreve Jerusalém parece haver passeado pela aridez da minha terra-natal. Minha primeira fixação literária foi Agatha Christie. Uma de minhas três irmãs fazia parte do Círculo do Livro, num tempo em que as livrarias eram escassas na capital da República. “Um Gato entre Pombos” me chamou a atenção, afinal, era assim que eu me sentia sendo uma filha temporã e órf...