Repouso no pouso
A luz oblíqua de maio, sol frio, tons acinzentados nas nuvens. O outono está sendo gentil e amoroso comigo. Me leva de volta ao apartamento da 18 Harmon street. Suas fartas janelas trazendo a claridade diáfana dos dias acima do trópico de câncer. Sinto saudades daqueles silêncios, daquela introspecção forçada, muitas das vezes, mas salutar de alguma maneira. Em algum ponto, mudei. Sou mais plena de mim. Foram semanas intermináveis de Frida, eu e a transparência das manhãs. Hoje sou mais solitária do que sempre fui, todavia, mais serena. Gosto de estar comigo mesma, ruminando futuras narrativas, tirando fotos, vendo séries em série, pedaços de filmes. Começo a me visualizar como uma ermitã soft, equilibrando recolhimento e festas familiares. A varanda na qual me sentava para sentir frio faz parte desta aprendizagem. No verão, só era possível estar ali à noite. Mas os EUA são cancerianos de nascimento. Apreciam a tradição e o conforto do lar nos longos...