Os textos que você fez para mim
Mamãe, fica um pouquinho comigo... Você nunca mais cantou aquela música... Eu cantei para você ontem, meu filho... Não, aquela música... Qual? A que termina tipo assim... “e um alegre despertar...” Ah... “Tá na hora de dormir, não espere mamãe mandar... Boa noite, Romulito e um alegre despertar...” O que um bom jingle não faz! Atravessa gerações e serve de canção de ninar para novos niños. “Porque cantar parece com não sofrer, é igual a não se esquecer que a vida aqui tem razão”. Foi a primeira música que ouvi hoje, primeiro dia do Outono de 2013. E a gente que pensava que o ano 2000 era coisa de ficção científica. Curti Ednardo e voltei no tempo da MPB de elevada inspiração poética. Belchior, Fagner, Amelinha, Zé Ramalho... Anos 70... Recordações que encharcam os olhos. Queria gravar o pedido diário do meu filho que logo mais não será diário, não será. Não existirá a não ser na minha lembrança. Mas se eu começar a sofrer de Alzheimer e me esquece...