Cozidinho desastradinho
Rosemeire morava na fazenda. Filha de dona Lourdes e "Seu" Geraldo. Eles também tinham outros filhos, mas a Meire é quem era minha amiga. Era só chegar à fazenda para ir logo procurá-la. Mesma idade, morenas, sapecas, espoletas. Duas meninas que adoravam brincar de casinha no terreiro de terra batida na porta da casa humilde, como são quase todas as casas das fazendas de Goiás. Fogãozinho, panelinhas, ideias mirabolantes. Nossa casinha era lugar para grandes almoços. Folhas de boldo, ervas daninhas das vizinhanças, flores de hibisco, água da bica, sementes de urucum, pitadas de terra aqui, gotas de limão ali. Tudo o que estava a nossa volta ia para a panela. Fazíamos expedições pelo mato para encontrar os melhores petiscos. Das plantas mais coloridas e mais exóticas roubávamos pedaços. O Cerrado é um ótimo laboratório para invenções. Numa dessas brincadeiras, Meire e eu encontramos uma frutinha redonda, vermelha, brilhante. Arregalamos os olhos e vibramos...