Fotogramas
Se a vida não faz sentido por que é que morrer haveria de fazer? Arnaldo Antunes e Nando Reis Tenho mania de rever trechos de filmes ao acaso. Não importa se são do início, do meio ou do fim. A ordem dos fatores não altera o produto, já dizia irmã Servácia, a professora de matemática da quinta série. Só existe uma única regra para o meu passatempo: não vale pegar pedaço de filme que eu já não tenha visto integralmente. Cinéfilos não devem estragar o prazer do ineditismo por causa de alguns minutos. Meu marido acha que não bato bem porque vejo filmes em pedacinhos. A questão é que ele não capta o deleite dessa prática. Rever, rever e rever uma película que agrada a gente é o mesmo que bebericar o mesmo bom vinho em várias oportunidades diferentes. Ou desfrutar daquele tipo de bombom preferido sempre que tiver uma chance. Não dá para deixar passar, entende? Com o advento da TV a cabo, cultivar esse tipo de maluquice ficou ainda mais fácil. Na época do videocassete, era um tal de ap...