Diário da Maçã – Dia oito

Diálogo de elevador para começar o sábado acreditando no lado Polyanna da existência:

- How you doing?, perguntam duas adolescentes refrescantes como um picolé de limão.

- Fine!, respondo eu, já sorrindo aberto.

- I loved your dress!!!, uma delas me diz.

- Thank you!, retruco mais sorridente ainda.

- Do you know what do we will do tonight?, a outra pergunta excitadíssima.

- No…, contribuindo para aumentar o clima festivo.

- We are going to see a show on Broadway!!!!!!, as duas, em coro, pra lá de contentes.

- No kidding!!! Which one?, dou corda, pois estou adorando essas meninas animadas.

- Mama Mia!!!!!, respondem em jogral, quase morrendo de excitação.

- That’s really great!!!!!, retribuo na mesma medida. Eu sei do que um show na Broadway é capaz. Ainda mais se for o primeiro do resto da vida delas.

Assim fomos saudadas pela Maçã nesse derradeiro fim de semana novaiorquino. Um início de dia promissor... Tomamos café no porão apertado e lotado de hóspedes e saímos para o mundo. Primeira parada: Grand Central Station. Linda, divina e maravilhosa!!! Nena tinha de conhecer esse lugar mágico, onde milhares de pessoas chegam e partem de Manhattan para tocar seus destinos. “O trem que chega é o mesmo trem da partida/A hora do encontro é também despedida/A plataforma dessa estação é a vida...”

Em alguma rua do Queens com Mary Carmen & Nena 

Durante os anos de 2001 e 2002 foi a minha vez. Chegava ali para desfrutar Manhattan logo cedo, vinda de Larchmont, e retornava, exausta de tantas descobertas e caminhadas, quando a noite caía. Os trens sempre me fascinaram. Sei lá, às vezes acho que sou mesmo de um tempo antigo. Recordo que convenci uma amiga de infância a pegar um trem para Campinas/SP. As duas perdidas num vagão cheio de soldados rasos, os recos... Trem no Brasil era para quem não tinha dinheiro para pegar ônibus ou avião.

E agora, trem no Brasil é só meio de transporte exótico ou tétrico. Há poucas linhas em funcionamento. Essa para Campinas parou de operar logo depois que passamos 22 horas chacoalhando no comboio até o nosso destino. Mas foi uma viagem inesquecível. A estrada de ferro passando por dentro de belas fazendas. Pontes altíssimas sobre vales... Até cachoeira a gente viu!

Mas, voltando à NY, a Grand Central Station é, literalmente, parada obrigatória em Manhattan. Não deixem de conhecer! Dali, seguimos, junto com o Bernardo que, enfim, não estava trabalhando, para a região do Lower East Village, especificamente para a rua Saint Mark’s Place. O coração do underground manhattense. Ali tem cafofos, biroscas e transgressão para balançar os corações doidos por aí. Eu curto de montão, mas percebi que minha irmã, convencionalíssima e caretésima, não estava achando graça na fauna de punks, crazies, drugs and rock local.

St Mark's Place é assim... 

Partimos, então, para o SoHo, a área descolada, cool e estilosa da cidade. Imperdível entrar nas galerias de arte e nas lojas que vendem design a preços lunáticos. As vitrines enchem os olhos. E os camelôs nas calçadas são chiquérrimos. Nada de pechincha. Bijus e outros balangandans charmosos e carinhos para a gente paquerar e até comprar, se tiver no pique de consumir na veia ou de levar um presente para aquela pessoa especial.

O SoHo é assim... 

Chique e cultural 

O SoHo é artístico, agradável, bonito... Um ótimo lugar para passar o sábado, só xeretando e conferindo as pessoas bem vestidas, bem urbanas, bem cosmopolitas.

Com feirinhas descoladas e animadas 

E camelôs de "grife" 

E muita arte de rua que dá vontade de ter em casa 

Deixamos o jetset dali rumo norte, à procura de um restaurante tailandês indicado pela amiga Elli. Não foi em vão a andança. O lugar era mesmo tipicamente tailandês e a cozinha,ui, uma danação. Anote: Thai Wondee Siaun - 792, 9th Av. (entre as 52nd e 53th). Comida barata, farta e saborosíssima!

Como é bom comer comida boa! 

Delícia de sopa de côco e camarão com molho de amendoim 

Com a barriguinha cheia, avançamos a tarde terminando de comprar as encomendas e outros badulaques. Voltamos para o o hotel, tomamos banho e saímos atrás de um cachorro-quente dos bons. Encontramos no: 

Rudy's Bar & Grill

627 Ninth Ave., New York, NY 10036 

at 44th St. 

Fone: 212-974-9169 

Localizado na área mais conhecida com Hell's kitchen ( Nona Avenida, nas proximidades da Times Square), onde centenas de restaurantes de diversas nacionalidades se reúnem para oferecer a você o balaio de gato do paladar mundial. 

Na balada 

Pub e hot dogs aprovadíssimos! 

O Rudy's é um legítimo bar americano, escurinho, com televisão ligada passando basebol, música no volume máximo e drafts. Lá a gente se sente num filme e espera, a qualquer momento, a entrada do valentão que vai arrumar briga com alguém. Mas não entra, é pura descontração. Detalhe: o hot dog é mesmo diferenciado, BUT só ganha cachorro (é de graça) quem bebe qualquer bebida. Tem de consumir bebida. Não adianta insistir, normas da casa. Cada mega copo de chopp vale um pão com salsicha.

Inferninho sinistro!!!!! 

Namorar faz bem!! 

Fim de noite: cama. Amanhã tem mais NY... Todavia já começa a pintar saudade, pois a farra vai acabar.