Diário da Maçã – Dia Dez - The End

Acabou-se o que era doce. Acordamos em pleno 4 de julho dizendo adeus ao american way of life. Dez dias passam rápido, não? E parece que foram 30, de tanta coisa bacana e inesquecível que fizemos juntas, minha irmã e eu.

Foi uma viagem de fortalecimento dos laços fraternais. Da última vez que compartilhei férias com a minha irmã mais velha eu tinha 15 anos... Tanta água rolou por baixo daquela ponte e hoje eu me vejo mais próxima dela, em experiência e amizade. Agora podemos conversar de igual para igual e discutir nossos casamentos, nossos filhos, nossas saudades da mamãe, nossas tristezas e novidades. Somos amigas de fé, de sangue, de vida...
Irmanadas também nos sorrisos
Na segunda de feriadão da independência ainda fomos comprar umas lembrancinhas tipo I love NY. Chaveiros, bolsinhas... Sempre rola um amigo, um colega de trabalho, um sobrinho... E todo mundo gosta de ser lembrado, certo? Mas cuidado: essas lojas de souvenirs praticam preços bem díspares. O mesmo chaveirinho pode sair pelo dobro ou triplo do valor no espaço de uma esquina. Então, faça uma pequena pesquisa antes de sair levando tudo de um lugar só.
Momentos memoráveis...
Suaves...
O almoço de despedida foi, para coroar estas férias gastronômicas, num restaurante tailandês, o nosso tipo de comida favorita em NY. Foi a Agnes quem sugeriu esse lugar fancy, cheio de bossa, meio yuppie... Ela gosta desse tipo de abordagem. Mas a comida também foi muito boa e belissimamente apresentada.
Gostosos...

Impecáveis...
Desculpe, galera, mas não anotei o nome desse bristô... Vou ficar devendo. Almoço servido e saboreado, voltamos a pé para o hotel. Hora de despedida... Agnes nos ajudou a levar as malas até o taxi e ali deixei minha amiguinha polonesa-novaiorquina... Olhando seu rosto querido se afastar pelo vidro traseiro.
Divertidos...

Saborosos...
Táxis... Os taxistas em Manhattan são folclóricos, todos sabem. Você precisa pegar algum para entender que não se trata de lenda urbana: os caras são mesmo pirados, de vários modos diferentes. Há os que não querem te levar aonde você precisa ir. Acredite! É verdade. Pensei que só tivesse acontecido comigo, mas já aconteceu com um amigo meu também. Será que era o mesmo crazy motorista?
Amistosos...

Eis a levíssima cerveja tailandesa.
Hás os indianos, os paquistaneses, os mal-humorados, os que tocam mantras, os que conversam sem parar... Nenhum americano, é claro. Todos entendem mal o inglês e falam pior ainda. Melhor é entregar o endereço escrito em letra de forma ou digitado...
Encantadores e aromáticos...

Com quantos chás se faz uma tarde?
E, de uns tempos para cá, você também encontra motoristas do leste europeu. O que nos levou para o aeroporto de Newark, em New Jersey, era um taxista do Turquestão ou Urbequistão, sei lá, não entendi direito o nome do país do cara. Descobrimos que se tratava de um engenheiro com especialização em telecomunicações que não achou salário mais apresentável na Grande Maçã.
E no teto do bistrô tailandês havia espelhos
Bernardo e ele entabularam um papo físico que durou até chegar ao aeroporto. Comovido, meu marido deu uma imensa gorjeta para o seu colega de exatas. Mas realmente ele mereceu. Foi o taxista mais bem-humorado e inteligente que a gente já pegou em Manhattan, quiçá, no mundo todo.
As new yorkers em última caminhada together

Não repare no tênis com vestido, please!!!
Pegamos o avião de volta ao Brasil, mas não sem antes experimentar uma dose de apuro. A escala era NY-Washington, entretanto não contava com a surpresa desagradável: o voo seria feito num avião à hélice da arqui-inimiga da Embraer: a Bombardier. Fiquei petrificada! Quase não embarco por motivos ideológicos e fóbicos, evidentemente.
Que os ventos da vida me tragam de volta...

A sensação no voo era de que estava na Segunda Guerra Mundial, pronta para virar kamikase no primeiro sacolejo. O trajeto foi feito com aquele zummmmmmmm de pás se movimentando bem no meu ouvido. Mal conseguia ver os fogos de 4 de julho estourando lá embaixo.
Mesmo que, para isso, eu precise pegar um avião à hélice
Porque NY vale qualquer sacrifício.
Viajar vale qualquer sacrifício
 O comandante todo serelepe e contente festejando a independência americana e eu ali, em estado de choque. Depois, com muito custo, espiei pela janela e vislumbrei essa cena magnífica. Milhares de fogos pipocando em várias partes. Foi uma visão terna, dessas de fim de filme com final feliz. Afinal, quem é que tem a oportunidade na vida de ver fogos de artifício do inusitado ângulo de cima? Nada mais glorioso para fechar uma viagem que está entre as mais lindas da minha bagagem.
  
Caso contrário, como apreciar essa

e mais essa visão deslumbrante?

E conhecer a linha de trem que se transformou na linha verde

Para comer morangos selvagens

E abraçar o maridão em raro momento não-cientista...

E conhecer Mark and Mathew

E morrer de rir com o pai deles e Jeff

The End 

Comentários

  1. Oi Lu,
    Adorei a sua "cobertura" da nossa viagem. Nada como ter tudo tão bem registrado para ler e reler, e viver tudo de novo. E obrigado pela companhia também, em mais uma viagem maravilhosa que fizemos juntos.
    Beijos,
    Bernardo

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  2. Ei Luzinha, enchi mei olhos! Ai, que saudade de NY... rsrsrs

    O Gustavo fala e é verdade: Quando viajamos parece que há uma distorção no tempo (ih, isso é papo para o Bernardo... rs)o tempo se "dilata", parece, o pouco vira muito, nossas experiências mudam a nossa percepção, por isso pareceram mais dias do que foram na sua viagem, concorda?

    Você e Marilena estavam muito bem irmanadas... rs

    Não reparei o tênis com vestido não, até você falar sobre.. eh,eh

    O seu sorriso em frente ao avião-helicóptero estava "ótimo", hein... não enganou ninguém, pânico geral! rs

    Fico feliz por vocês.

    Beijos

    Patty

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  3. Olá mana e companheira de viagem (uma das muitas que ainda faremos juntas !!),

    Agora eu consegui ler, pois como lhe falei, não consigo acessar o seu blog no MAPA (não tenho acesso). Adorei o texto. Apesar de não ter vivenciado com vocês algumas das experiências citadas de final de viagem, pois foi neste momento, na hora do retorno, que nos separamos depois de 10 dias de "unha e carne" e pegamos rotas diferentes para chegar no mesmo lugar (Sampa e juntos para Bsb).

    Mas a sua visão de cima e esta sensação de enorme prazer eu compartilhei também, pois nossos vôos, saindo de aeroportos diferentes, coincidiram em horários. Era fim de tarde em NY. Crepúsculo, céu tingido de tons laranjas e amarelo contra fundo numa indiscritivel mistura de cinzas e azuis. A imagem da janela do avião era enebriante, com os edificios de NY em preto, ao longe, sobre este magnífico fundo.

    Tirei várias fotos para registrar o momento mágico, com aquela saudade de uma passagem rápida mas locupletante e inesquecível por esta cidade, única, grandiosa, cheia de charme, de contraste, de liberdade... de cidadãos a ocuparem todos os espaços como se fossem suas casas, convivendo pacificamente todos com tudo. Realmente única e densa esta sensação e experiência. Assim como foi especial e profunda a boa convivência com vocês dois (Lú, Bê e o rol de amigos felizes em revê-los e que nos receberam de braços, risos e portas abertas.

    O passeio de barco, o jantar dos Flinstones à luz da lua e do neon nas pontas dos dedos, ofertado carinhosamente pela filhota daquele casal, no mínimo impensável para os padrões latinoamericanos. Ele cuida da casa, dos filhos e do jantar de bife de brontossauros e ela, determinada, forte (sem perder a feminilidade) arrasta barcos e caiaques, remos ladeira abaixo até o lago, tira com as próprias mãos as teias de aranhas e os enormes aracnídeos de longas pernas que os habita, para que eu possa entrar e me sentar sem medo e, remandando, nos conduz ao paseio (eu, vocês dois, a outra amiga "bonitona" conforme opinião do encantado Bê).

    Lindas e plácidas águas claras, margens de vegetação preservada, bela. Lembrei-me da travessia de rios e igarapés na região amazônica, interior do Pará, região próxima à Santarém e a belíssima/paradisíaca Alter do Chão.

    Estranha e inusitada comparação. Como imaginar estar em proximidades de NY cosmopolita, capital do mundo e encontrar semelhança, mesmo que de paisagem ou de imagens de memória, com a selva amazônica, quase inexplorada?

    Bom, Lú.

    Gostaria de continuar escrevendo todas as sensações e imagens que guardarei comigo desta viagem , para compartilhar, mas tenho um trabalho urgente.

    Voltarei em breve, pois por incrível que possa parecer, também gosto de escrever e de viver intensamente.

    Bjos e obrigada por me permitir e me "puxar" para esta viagem. Precisava urgente de um "stop" e foi fantasticamente providencial. Recarreguei o corpo e a alma.

    Nena.

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  4. Surpresa mesmo foi ver um comentário do Sr. Bernardo. Essa terapia de casal deve ser mesmo porreta.

    Prima, essa foi mais uma das suas grandes viagens. E eu não sabia que Bernardo estava lá.
    O tempo todo achei que seria só você e Marilena.

    Aliás, posso sugerir um tema para um futoro post? Viagens que foram uma roubada.
    Extravio de bagagens, hotéis fuleiros, programas chatos. Já teve alguma assim?
    Seria divertido.

    Quanto à reforma do cafofo, cê deve estar aliviada com a reta final.Para nós (será que falo por todos?), que acompanhamos à distância, até que foi rápido.

    Beijos,

    Jr.

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  5. Ai, que maneiro... além da viagem em si ter sido super linda, ainda teve o saldo de renovar os laços de afeto com sua irmã... e que bonitinho o comentário do Bernardo, não? Mas vc é mesmo uma grande companheira, seja em viagens seja na vida.
    bjim Isa

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  6. Oi querida BelBel,

    nossa, comentou em bloco lá no blog, hein!! Me amarrei!!!

    Claro que eu prefiro o cachorro-quente brasileiro, mas o americano também é bom por causa da qualidade da salsicha. Lá é bem mais saborosa e bem feita do que as daqui. Bate em mil qualquer Sadia...

    E a minha blusa é velhinha... Cê nunca viu? Comprei lá em Goiânia há séculos, mas adoro!

    Obrigada!! Que bom saber que sou uma "grande" companheira para compartilhar a vida!!!

    Beijão,

    Lu.

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  7. lú,
    adorei o blog!
    já coloquei nos favoritos.

    Bjs,
    Renata (prima do Bernardo)

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  8. Minha querida Lu, sempre muito bom ler o que você escreve.Participo, me emociono, me identifico e fico sempre aguardando uma próxima...nunca nos abandone, viu?
    bjão!Namastê!
    Cynthia

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  9. Loo, emocionante o Diário da Maçã!
    Uma viagem muito gostosa essa, quase deu para estar lá com você durante a leitura e vendo as fotos (até parece, pura vontade, pura inveja...).
    Fiquei com lágrimas nos olhos quando vocês foram embora, tipo quando a gente termina um livro muito bom e não quer fechar.
    Delícia de NY, e sem baculejo no aeroporto!
    Beijos e obrigada por compartilhar a experiência.
    E viva o Bê, participando com o coração do blog! (depois dessa, se ele não sumir, viva o Bê duas vezes!).
    Má.

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