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Mostrando postagens de abril, 2022

A culpa é do mapa astral

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Passei o fim de semana a-r-ra-sa-da. O adjetivo venerado pelos piscianos (ou seria pelos leoninos?). Whatever, pois para uma pisciana de juba e para as formigas, “a rosa é um lindo palácio e o espinho uma espada fina”. O motivo de tamanha tristeza adveio de haver procurado minha piranha (acessório capilar, gente. Não tenho peixes de estimação). Tinha certeza de que ela jazia dentro da grande bolsa, todavia - barbaridade! - estava enganada. Ó céus, a temida situação se confirmava: perdera a minha piranhinha amada. A melhor que tive em décadas de piranhagem. Preta, fosca, firme. Capaz de segurar o volume de cabelos que ameaçou rarear com a menopausa, mas segue caudaloso como as cataratas do Iguaçu (exagerada também é um adjetivo que se aplica aos piscianos de juba). Desolada quedei-me. Nunca mais encontraria outra igual. Talvez fosse um sinal para cortar a cabeleira que já passa dos ombros. Ocorre que eu gostei tanto da trança da Diane Lane no filme “Let him go”... Tipo assim: até

Assim na terra como no céu

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O tamanho da lua cheia prenhe de luz e de assombro ocupava todo a largura do eixo monumental. Ela própria um monumento ao mistério da vida das barrigudas. Parir é divinal: Até na Finlândia mulheres e bebês morrem no parto. O filho gêmeo dos ricos também perece. Viver é muito perigoso, diz o mestre. Na hora da estreia, torna-se estrela:  na terra ou no céu.

Para Lygia

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meus contrários e eu objetos abjetos. No escuro me clareio e visto do avesso a alma sobre o corpo. À luz do dia ela se revela. Tímida, se contrai, contrariada. Exposta se apossa do passo se acomoda no incômodo das suas contradições, costuras em evidência, saliências.  Ninguém nota  a alma dela, aberta,  amornando-se,  harmonizando-se, ao primeiro sol da manhã. "Eu tenho vocação para a alegria, mas é uma vocação mal cumprida". (Lygia Fagundes Telles e eu)

Reverência

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  Para mamãe, na antevéspera do 12º aniversário de sua partida Das pessoas que amamos não permanecem apenas os grandes gestos e os momentos marcantes. As prosaicas ações latejam na memória e reacendem as fagulhas da saudade, ao remexer no baú empoeirado de cartas, cartões e declarações de amor. Em meio às dezenas de agendas/diários; centenas de bilhetes em guardanapos, folhas de caderno arrancadas com segredos e até telegramas de um passado que parece irreal, dou de cara com o boletim do terceiro ano do primeiro grau da aluna do 3ºB, do turno vespertino do Instituto de Educaçāo Integral (Inei), o ponto fora da curva da minha vida escolar, quase exclusivamente transcorrida no Colégio Notre Dame. É um boletim bonito, repleto de notas SS (aproveitamento superior). Naquela época, a sigla não remetia os alunos aos horrores da Alemanha nazista, muito pelo contrário. Era o sonho da turma tirar SS em todas as matérias ou, no máximo, MS (aproveitamento médio superior). Confesso que escrever ess