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Mostrando postagens de agosto, 2016

"Bitter Sweet Symphony"

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Momentos de euforia, momentos de banzo. Quem passa pela experiência de estar exilado da terra-natal vive nesse revezamento olímpico. Para alguns, dura mais do que para outros. Não lembro quanto tempo levei da primeira vez para me sentir menos desconfortável nos EUA. A impressão é que envelheci para me meter nessa gangorra emocional. Sinto-me enfastiada como se já tivesse feito tudo o que eu precisava fazer: oba, as férias acabaram, vamos voltar pra casa? Sinal visível de rabujice como os cabelos brancos que insistem em aparecer sem serem chamados. Ainda bem que aqui na CVS Pharmacy você encontra um spray da Loreal que disfarça bem aquelas entradas grisalhas. Poderia existir um para disfarçar tédio e mal-estar. Outro dia Tomás pediu que a gente colocasse música brasileira. Rosa Passos trouxe um conforto auditivo que fez bem até ao estômago, comida de mãe, mingau de maizena. Hoje fui eu quem corri para o spotify e tasquei Marisa Monte. Não podia suportar mais nenhuma nar

Groundhog Day

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Estava tudo azul na manhã de segunda a caminho do aeroporto JFK. Bernardones iria cruzar o país leste-oeste para uma conferência em Santa Bárbara, Califórnia. Deixei o rapaz no terminal 4 e apertei o GPS com destino casa. Pra quê... Teve início a jequice do dia. Para evitar pedágios, o GPS me enfiou na Queensboro Bridge, a mesma que atravessamos para visitar a amiga Agnes no Queens. Peguei um puta congestionamento porque todo mundo quer alcançar Manhattan na segunda por volta das 9h30 am. "Fui fondo", "fui fondo", seguindo o GPS pela FDR (Franklin Delano Roosevelt Drive) no sentido norte, mas, de repente, algum acesso fechado - sempre tem alguma coisa em construção ou reforma em NY - e o GPS começa a recalcular a rota. Você não pode ficar parada no meio do trânsito com a sua banheirona Subaru e não tem acostamento e não tem via de escape e não tem vaga e você perde a saída certa e, de repente, está voltando para o mesmo caminho da Queensboro Br

Unforgettable night

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Tô assistindo a abertura dos Jogos do Rio no delay. Os comentaristas da NBC estão gostando do que estão transmitindo . É engraçado ler no FB tudo o que já aconteceu e que eu tô aqui lutando pra permanecer vendo... O sono está grande, mas não posso perder a primeira e última Olimpíadas da minha vida no meu país. Acho que foi uma abertura digna. Bem melhor do que a da Copa, muito fake. Hoje foi mais brasileira. Afinal, quando o mundo pensou em testemunhar Gisele B. pulando de alegria, descabelando como qualquer mortal no meio da galera? Adorei! "In Brazil, fun is contagious, joy is contagious. They did very well". Certamente, nosso maior patrimônio é essa espontaniedade afetuosa. Para uma menina que cresceu amando Jogos Olímpicos alhures, é arrepiante ver a primeira Olimpíada da América do Sul acontecer no Brasil (ainda que agora seja eu a estar alhures). Vida, sua irônica! Difícil foi dormir com o nariz entupido ontem, depois da meia-noite, momento em que

NYPD

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Não sei se as coisas inacreditáveis acontecem comigo porque gosto de escrever ou se é porque a Lei de Murphy me ama. Anyway, tava aqui no apê atacando de diarista nesse verão insano enquanto aguardava o técnico da Verizon que viria instalar a Internet e a TV a cabo.  Dou uma chegada na varanda e vejo um monte de carro de polícia ( a foto já foi postada aqui). Logo depois, estaciona o furgão da Verizon. Um branquelão de dois metros sai da van e eu aceno para ele. Ele acena de volta e brinca: espero que tudo isso (a polícia) não seja pra você. Eu digo: também não.  Desço pra abrir a chatice da porta com senha. Estamos os dois na porta do elevador pra subir quando ela se abre e aparece uns cinco (dentre eles uma mulher) policiais super becados, na estica, uniformes impecáveis, armados, levando um cara algemado do meu prédio!!!!!!!!!  O técnico da Verizon e eu ficamos deveras espantados, ele começa a trabalhar na instalação e resolve descer pra pegar outros equipam

Miscellaneous

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Impatients Tatuagens, além de dogs, são excelentes maneiras de fazer amigos e conhecer pessoas aqui nos EUA. OK, não se anime com o conceito da palavra amigo. É mais um modo de falar e ficar engraçadinho. Digamos que você trava polite and nice conversations com estranhos quando tem uma tatuagem visível. Ainda mais se ela tiver um quê enigmático como o meu OMMM estilizado no ombro direito. Poucas pessoas reconhecem o que o desenho é. Então se aproximam perguntando, puxando um papinho.  Foi assim outro dia no Home Depot , mais uma das megablaster lojas de ferramentas e apetrechos para deixar sua casa arrumadinha. Paraíso de Bernardo e Rômulo, que só faltam babar diante de tantas opções de chave de fenda, pra dizer o mínimo. A jovem e americaníssima caixa elogiou a tatuagem e indagou: Beautiful! What is your tatto? Respondi e entabulamos uma conversa de cinco minutos. Tempo suficiente para saber que ela já tatuou o corpo 16 vezes! E eu timidamente com quatro... Mas as del