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Mostrando postagens de fevereiro, 2010

“Museu de grandes novidades”

Ultimamente, os versos de Cazuza em “O tempo não para” não me saem da cabeça. Acho que nunca uma música foi tão atual como essa, o que prova o poder do artista como sensível observador da sociedade. Sei que há muita gente que odeia Cazuza. Já recebi emails ofensivos sobre o compositor, citando que o cara era filhinho de papai, drogado, gay, promíscuo. “Se assim não fosse, não teria morrido de Aids, a doença dos perdidos”. Mas, na verdade, o que temos a ver com isso? E daí se a vida dele foi o que foi? O que importa é o valor do cara como artista. E como artista ele é mágico, versátil, inteligente. Assim como outros tantos gênios criativos que também morreram drogados, prostituídos e muitas vezes incompreendidos. Nestas férias rolou uma discussão entre a galera que estava compartilhando a casa de praia: quem foi o grande poeta do rock brasileiro? Cazuza ou Renato Russo? Meu marido votou no Renato, o amigo dele em Cazuza. Eu fiquei, digamos, dividida. Aliás, sem ter conhecimento técn

Era pra ser uma manhã como as outras

Ela sai da cama na marra. Não, ela não é dorminhoca, pelo contrário. Inveja os que avançam pelo sono durante a manhã. Mas ela precisa. É hora de começar uma rotina de caos: aprontar dois meninos e ela própria para a lida do dia. Colégio, trabalho, café da manhã, lanche, uniforme, choro, chateação, escovar os dentes, lavar as mãos, colocar tênis, trocar o cocô do mais novo, que ignora o vaso sanitário, gotinhas homeopáticas... Ela pensa: um dia terá saudade de tudo isso? Tudo isso é realmente inesquecível? Ou traumático? Não cansa de achar que tem algo errado com a ordem do universo...Por que as mulheres inventaram esta tal emancipação?... A grana no fim do mês é boa, mas fazendo as corretas deduções emocionais, não há lucro. Perda no mais das vezes. Empate se o parceiro for humano o bastante para saber que o fardo precisa ser compartilhado. Não são nem oito horas e parece que o dia está na metade. Ela sai pela porta esbaforida, quase descabelada, cheia de coisas nas mãos: chaves do