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Mostrando postagens de outubro, 2021

Preces

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atmosférico aos quatro ventos midiáticos se espalham as palavras. Algumas se escondem nas gavetas, outras se propagam pela aldeia. as retidas nos ventrículos podem ferir ou ruborizar As enviadas ao cérebro se expandem em memórias, glórias e histórias recontadas aos quatro cantos. Pontos cardeais são quatro, as direções, inúmeras. Uma palavra la(n)çada à corrente de ar retorna bumerangue ou acerta o infinito. retalhos Refúgio: refugo o cotidiano. Incessante busca pelos rejuntes de poesia,  os tais hábeis remendos para as fendas da existência.

Brasil

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sofria Sofia a menina com as larvas na cabeça. Lava de vulcão queimando os pensamentos a mãe levando as mãos à cabeça em aflição de desamparo. Buscava desanuviar o desespero da filha em carne viva os vermes apodrecidos, os dias sem guarida, a pobreza da existência. Mãe e filha enredadas nas vísceras do mundo. Sofia em agonia não brincava, não comia. Sonhava com laço no sapato e com futuro sem feridas.

Descomplicado

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O amor dos cães é o mais vagabundo que se pode conhecer. Não importa se você é feio ou bonito; cheiroso ou fedido; pobre ou rico; maltrapilho ou andarilho; elegante ou molambento. O amor dos cães é o mais malandro que se pode desfrutar. Não importa se você é alegre ou triste, deprimido ou ansioso; sistemático ou simpático, rabugento ou preguiçoso; sereno ou raivoso. O amor dos cães é o mais desocupado que se pode compartilhar. Não importa se você é pequeno ou grande, novo ou velho; workaholic ou aposentado; lento ou apressado; assim ou assado. O amor dos cães é o mais descomplicado que se pode sentir. Não importa se você é cego ou míope; surdo ou músico; autista ou malabarista; doidivana ou egoísta. O amor dos cães é vadio, porém, atento. Não exige correspondência além do mínimo de humanidade em nós. The love of dogs is the most tramp you can know. It doesn't matter if you are ugly or beautiful; fragrant or stinky; poor or rich; ragamuffin or wanderer; elegant or badly dressed. The

Alquimia

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"hoje eu não tô a fim de corre-corre e confusão eu quero passar a tarde estourando plástico bolha" (Karina Burh) Um cristal na loja de elefantes. A alma de ponta à cabeça, sem janelas para ver as andorinhas ou a esquadra de araras amarelinhas como um raio de sol. Mulheres são bichos esdrúxulos. Proparoxítonas difíceis de rimar. Quando sangram, reclamam. Quando deixam de sangrar, também. Existências dinâmicas e instáveis. Voláteis, não volúveis, à procura do inatingível, do inefável. Persistentes, atravessam a vida no transe de sonhos pueris, equilibrando pratos sujos e bolas de chumbo nas mãos, numa perene dança de Shiva. Isso, somos todas deuses de múltiplos braços invisíveis. Em sincronia, empurramos o carrinho de compras (poderia ser o do bebê), seguramos a guia do cachorro entre as pernas e paramos para fotografar o ipê branco florido: sublime aparição. Claro que existem mulheres capacitadas para os dias comuns. Para a impecável matemática da rotina. Contudo, generalizar