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Mostrando postagens de outubro, 2018

Power and Flower

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“Eu vou torcer pela paz, pelo amor, pela alegria Eu vou torcer pelo sorriso, pela dignidade Pela amizade, pelo céu azul Eu vou torcer pela tolerância, pela natureza Pelos meninos, pelas meninas Pelas diferenças, pela compreensão Eu vou torcer pela pista cheia!” (Fernanda Abreu) Quem me dera ver o Eduardo Jorge no segundo turno debatendo ideias, valores de paz e bem com aquele jeitão pós-hippie. A vida parecendo um campo florido de girassóis, não, de flores silvestres. Marina e sua voz de taboquinha rachada peitando o adversário ogro com dignidade estridente: “devo lembrar que isso é antidemocrático. Eu vou governar para todos, o diálogo é a arma dos que buscam a evolução”.  Toda sociedade estaria mais vegana do que carnívora. Aquela aura zen que até dá nos nervos da gente, meio pálida, doentinha, mas que produz menos bílis, temos de admitir.  Os eleitores reprimiriam seus instintos básicos primitivos como sempre se esforçaram para fazer apesar dos

#Truenews

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Para mim, todos que não se posicionaram no primeiro turno em prol de uma terceira via queriam - conscientemente ou não - que Haddad perdesse de lavada para Bolsonaro. Taí uma vingança arriscada. Mas temos que convir que a lava-jato, com sua postura mais à direita (Sérgio Moro é claramente conservador), reforçou o antipetismo, que acabou se confundindo com políticas sociais na cabeça de boa parte dos brasileiros.  Agora, ser a favor dos direitos humanos, de um Estado social-democrata, é ser petista, feminazi e “do lado de bandido”.  O povo preparou uma sopa indigesta. E vamos ter de engolir! Bolsonaro será eleito e vamos assistir, de novo, milhões de eleitores decepcionados com mais um presidente tão fake quanto as notícias disseminadas por ele e seus correligionários.

Personalíssima

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Uma boa amiga me manda essa mensagem ontem: “Afie os dedos no Facebook. Depois que você começou a extravasar nas mídias sociais você ficou muito mais tolerante. Não fica com a necessidade de expor sua opinião no trabalho”. Morri de rir pensando que talvez ela esteja certa. Ou sejam os mais de dez anos de prática de yoga; quem sabe o processo de envelhecimento ou ainda os anos no exterior, aprendendo a lidar com sofrimento e solidão. De fato, o local de trabalho não é espaço para falar o que se pensa, mas, sim dos sonsos: “manda quem pode, obedece quem tem juízo”. Ao menos no ambiente do serviço público, ter “personalidade” não costuma te levar a lugar algum. E a boa amiga sabe o quanto fui desajuizada nesses anos todos, custando-me uma carreira pífia na Administração Pública. Mas aqui na minha timeline, não posso deixar de ser quem eu sou. Minhas ideias podem incomodar, irritar e até chocar. Tenho consciência de que sou às vezes radical e crua, mas não posso co

Pesar

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Minha seção eleitoral é a mesma desde a primeira vez em que votei, aos 18 anos: Escola Classe da 316 Sul. Geralmente vou de bike, mas devido à cirurgia, resolvi ir a pé. Tomás me fez companhia pelas 13 quadras. E que bom estar com ele, tão sereno, atento, ouvido aberto a encurtar distâncias. Apreciávamos as paisagens que a caminhada nos oferecia... Debatemos séries, filmes, democracia. Mostrei minha colinha para ele.  - A gente consegue perceber que o país está virando uma ditadura pra sair daqui? - Acho que sim, filho, mas vamos torcer para que não retrocedamos a esse ponto.   Entrei na fila da seção 147, sempre demorada, cheia de velhinhos passando à minha frente. Ao redor, fascistas disfarçados de patriotas com camisetas no tom amarelo ou da seleção brasileira.  Foi me dando uma angústia danada. Um desprazer. E desesperança acima de tudo. A elite econômica e cultural do país apostando numa besta quadrada. Já tivemos pretensões mais idealistas e al

Eletrodomesticados

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Nesses dias piauienses em Brasília (sem nenhuma conotação pejorativa, apenas constatação, pois Teresina é o lugar mais quente que já visitei, tirando o Death Valley), resgatei um estranho e esquecido objeto do fundo do armário na cozinha: o espremedor automático de laranjas Arno.  Era noite, o calor sufocava apesar de estarmos vedados dentro do quarto com o ar-condicionado em 17 graus. Deu uma vontade louca de tomar um suco gelado. Uma mistura deliciosa de frutas com o Marieta Café e as tendas de vitaminas das ruas cariocas sabem oferecer.  Lembrei dele, coitado, tão abandonadinho! Subaproveitado, relegado ao ostracismo (qualquer semelhança com quem vos escreve é bastante identificável) da rotina corrida. Incrível é que ele ainda dá um caldo (também me identifico)!  Foi o primeiro eletrodoméstico que Bernardo e eu compramos em 1992. Ele e a máquina de lavar roupas Brastemp. Não me perguntem porquê. O que passa na cabeça de jovens apaixonados geralmente foge à compr