Caba não, mundão!

Deu no Blog do Xexéu que a Universidade da Califórnia elaborou pesquisa para saber qual é o filme mais triste de todos os tempos. Sagrou-se vitorioso “O Campeão”, de Frank Zefirelli. Mas é que eles ainda não rodaram nenhuma cena desesperadora de mudança assim ó: mãe de dois meninos pequenos acorda após um sono nada restaurador e, insone, se depara com 343 caixas enormes de papelão sujo para desbravar no meio da sala. No meio da sala não, na sala toda. Mulher senta no chão coberto de pó e chora. The End. Aposto que mulheres de mamando a caducando demarrariam rios de lágrimas no escurinho do cinema.

Não sei se “O Campeão” é o filme mais triste de todos os tempos. Verdade que é daquelas películas de dar nó no coração. Mas todas as listas são, de certo modo, subjetivas. Mesmo essa que diz ter um viés científico. Tudo depende do referencial do telespectador... O que é muito triste para uns, pode não ser para outros. A bagagem pessoal conta muito no tipo de impacto que certas cenas causam na gente.

Eu acho que votaria no filme “Marcelino – pão e vinho”. Aquele menino órfão, só sofrimento na minivida, que de tão solitário faz amizade com uma imagem de Cristo e cujo maior sonho é reencontrar com a mãe lá no céu, desejo atendido no fim da história, putz, isso é de picar o músculo cardíaco com palito de dente. Tortura pura.

(Sei não, tô com uma sensação de déjà vu... Parece que eu já escrevi isso aqui no blog. Ou minha memória está falhando - quem mandou colocar formol na cabeleira? - ou eu tô ficando zureta de vez -fazer mudança faz mal à saúde, podes crer!)

Também achei tristíssimo “Dogville”, por constatar, na tela grande, o quanto o ser humano pode ser torpe, brutal, escroto e vil. “Hotel Ruanda”, pelos mesmos motivos. E com certeza estou esquecendo vários filmes. Estou morta de cansada, ainda tomando pé do meu novo apartamento. Ainda me descobrindo numa nova casa lindinha, mas bagunçadinha. Sem blecaute nas cortinas para me livrar das luzes da cidade...

Fazer mudança é tão rude que fui obrigada a me presentear com umas cherries cobertas de chocolate amargo que trouxe lá do Trader’s Joe, saindo da linha light que adotei no segundo semestre. Mas boto fé que o senta, levanta, defenestra, guarda, senta, levanta, defenestra, puxa, arrasta, tomba, confere, salva, rasga, joga fora, empilha, e tudo novamente outra vez tenha compensado as calorias extras. Se eu tiver perdido um quilinho, olha só, que maravilha!

Nosso apê tá show! Ainda não terminado, mas já amado! Os pedreiros tão que tão na DCE, que só vai ficar totalmente pronta no início da semana que vem. O pintor finaliza os últimos retoques aqui e acolá e a gente cai pra dentro, para lembrar os bons tempos em que minha mãe fazia reforma em pequenas fatias na casa da 715 sul. Época lúdica de grana curta e casa lotada. Saudades de Dona Maria... Ela ficaria apaixonada pelo papel de parede rendado que a gente escolheu para o quarto (que sobrou e ficou lindo no hall...)

Agora só falta lembrar de colocar um champanhe no gelo para brindar essa gestalt-reforma, ciclo de morte e renascimento, enfim, em processo de contagem regressiva.

Quando tiver computador, GVT, linha de telefone, ou seja, quando voltar para o mundo dos Nets, eu posto fotos do cafofo. Juro!

Comentários

  1. Oi, Loolees, comentando dois numa só cajadada, que o tempo é curto, nóis é uma só, os fio são dois e o job exige o cérebro já passado dos 38 (é que vou fazer 39 de novo ano que vem, resolvi, pra ver se tenho mais energia, emagreço com mais facilidade e engano alguém), impressionante o tal efeito cabelo chapado. Dia que faço uma escova, muito raramente, faço O SUCESSO no trabalho, fico até envergonhada dos meus cachos do dia a dia estarem ouvindo aquilo por debaixo do alisamento forçado, "liga não, cachinhos adorados, amo vocês".
    Puxa, o filme mais triste com certeza passa por algo muito subjetivo, mas acho que os que envolvem crianças vão ganhando disparado porque mexem com a nossa criança nos recantos da nossa mente.
    Chora não, que pelo menos seu filme não chegou no final, o final é a open house! Não pensa que se livrou não!!! :D
    Beijo.

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  2. Olha mocinha, eu não sou disso, mas tô começando a ficar encasquetado com essa sincronicidade!

    Então eu não vou ao cinema ontem, vejo um filmão ótimo, mas com uma cena de esmagar o miocárdio que me faz lembrar instantaneamente de você (por razões que só posso comentar depois que você também assistir o mesmo filme) e hoje a primeira coisa que a senhora coloca no blog é justamente um texto sobre filmes tristes?

    ??????????????

    Se tiver a chance, assista Super 8.

    E o Carteio e o Poeta é triste pra dedéu.
    E Forrest Gump conversando com o túmulo de Jenny me faz chorar até hoje.
    E a Cor púrpura
    E Toy Story 3
    E Piaf
    E Um sonho de liberdade
    E O poderoso chefão III
    E O filho da noiva
    E Casa de areia e névoa

    Se eu continuar aquela barra de rolagem ali do lado vai sumir

    Beijim procê,

    Jr.

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  3. Amado primão gostosão,

    não sei mais quando eu vou poder ir ao cinema... Tá difícil... Nem sei como consegui ver "Meia-Noite em Paris".

    Mas vou tentar ver, sim, "Super 8". Eu gostei muito do trailler, do enfoque...

    Poizé, também achei "A Cor Púrpura" muito triste, é vero. E "Piaf", claro!!! O filme que me fez ter uma crise de choro fenomenal na subida dos créditos!!!! Mico devidamente testemunhado por você e pelo maridão Oscar.;)

    Não me emociona muito a trilogia "O Poderoso Chefão". Não curto filme de máfia, mas entendo a idolatria com esse trio. É impecável.

    "Toy Story 3" está lá em casa, mas ainda não vi com os meninos. Só os meninos viram... Mas taí uma trilogia que me encanta demais!!

    "Um sonho de liberdade" é um clássico moderno. Amo! Já assisti umas oito vezes... Não acho triste de jeito nenhum. Acho redentor! Epifânico!

    E "O carteiro e o poeta" também me derrete, um dos meus filmes favoritos, mas não é que seja tristíssimo. É mais melancólico... Ainda mais se a gente lembra que aquele ator fenomenal, o carteiro, morreu sem ver concluída sua obra-prima de interpretação.

    Tem também o "Estamos todos bem" como Marcelo Mastroianni brilhando como sempre. Esse é triste!

    E, óbvio, "Ladrões de Bicicleta". Putz, esse arranca o coração da gente!!!

    "Casa de Areia e Névoa" não é triste, é depressão pura. Ao extremo. Igual "Réquiem para um sonho".

    "O filho da noiva" triste? O que é isso, companheiro?:) Também adoro, mas não me parece triste... Só delicado e melancólico. Mas, como disse no texto, esse lance de emoção é muito subjetivo. Cada um sente de um jeito, depende da bagagem, né?

    Ah, "A Missão". Esse é deveras triste, deveras profundo. A música do Morriconi faz a gente chorar rios...

    Bem, a minha barra de rolagem também já está dobrando a esquina.

    Beijão,

    Lulupisces.

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  4. É irmã, eu sei o que é mudança. Você é sortuda, porque é pro seu apê próprio, e que deve estar muito lindo por saber do seu bom gosto.

    E eu? Quantas vezes mudei quando estava casada com sr. Urbano? Parecia familia de cigano...:)

    Hoje só mudo ser for pro meu de Águas Claras, quando eu me aposentar do trabalho, segundo o Loey, por conta do trânsito!

    Espero arranjar um tempinho no final de semana pra dar um pulinho aí. O Loey esta um pouquinho triste e dizendo-se deprimido por conta do prejuízo na loja do filho. Afinal, são 8 milhões!!! Que incêndio absurdo!

    Beijo,

    Leila.

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  5. Fico admirada de vocês lembrarem dos nomes dos filmes. Parabéns!

    Eu sei dizer exatamente qual foi o filme mais triste que já vi. Mas não sei o nome. A música fica tocando aqui na minha cabeça, mas infelizmente não tem como eu colocar aqui para vocês ouvirem senão certamente se lembrariam...

    Para mim os filmes mais tristes são aqueles em que a pessoa encontra a alma gêmea mas um dos dois morre no final. Tudo bem que a morte não existe, que haverá reencarnação etc. Mas é que é tão raro encontrar a alma gêmea que eu acho um absurdo um dos dois morrerem.

    Já que não me lembro o nome do filme vou citar um episódio do ER - Plantão Médico que já vi uma trocentas vezes e sempre caio em prantos. O dia em que o Mark, doente terminal, finalmente morre. Ver a Elizabeth tendo que enfrentar todo aquele final lento e cruel, sabendo que não havia como reverter a situação acaba comigo.

    Por isso, hoje em dia, por mais que seja uma obra prima, eu evito qualquer filme que vá me fazer ficar deprimida. Prefiro comédias, filmes leves de romance (bem sessão da tarde) ou filmes espíritas, que me levam à reflexão.

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  6. Oi Larinha,

    eu também estou na sua filosofia: não vejo mais filmes deprês. Agora só coisa light. Mas já vi centenas de películas "profundas, cabeças, complexas". Já fui uma cinéfila erudita!:) Agora só sou uma cinéfila divertida!

    Um beijão,

    Lulupisces.

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  7. Eu tambem nao sou boa para lembrar nomes de filmes, mais eu fiquei na duvida... filme que termina triste? ou filme triste que termina triste? My sister's keeper eh um filme que termina triste...

    Pode se alimentar muito bem mocinha com direito a sobremesa e tudo porque voce vai precisar para esvaziar as 343 caixas que estao morando na sua brand new living room.

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  8. Ei, alguém falou em filmes aí??? Não me deixem de fora!

    Choro certo: Direto lá de década de 70, o final de Krames vs Kramer. Mary Streep sobe o elevador para dizer ao ex-marido que deixará o filhinho deles ficar com ele. Ele merecia, né, o coitado sofreu o filme inteiro por isso...

    Forrest Gump, quando a mulher amada de toda uma vida apresenta Forrest ao filho que ele não sabia que tinha e por aí vai até o final...

    Menina de ouro: final do filme quando o personagem interpretado por Clint Eastwood faz a eutanásia na protagonista interpretada pela Hilary Swank após todo o sofrimento infinito e eterno da mesma.

    Crash: A cena em que o árabe dono da loja roubada vai na casa do latino que tentou consertar a fechadura com uma arma na mão. Ele aborda o cara e a filhinha dele sai correndo de casa para "protegê-lo", pois a capa invisível à prova de balas estava com ela. Na hora que ela pula no colo do pai, o árabe atira. Tem a cena de salvamento no acidente de carro também, é muito bem trabalhada...

    Ah, para quem ama animais, "Sempre ao seu lado" derrete o nosso coração, principalmente sendo baseado em fatos reais... aquele cãozinho na chuva, na neve, lá naquela estação, esperando eternamente por seu dono, que não virá! Aí quando a esposa do cara volta à cidade, 10 anos depois, reencontra o cachorro lá, no mesmo lugar! Querem matar a gente de paixão, afogar-nos na lágrimas!

    Estou chorando aqui, juro, relembrando tudo isso. Mas são tantos milhares de filmes e de cenas, que a cachola não vai lembrar, claro. Essas são as que me vieram agora.

    Ah, claro! Peguei "A Vida é Bela", do Benigni, para ver/chorar com a Bruna! (que é outra choradeira oficial em filmes... rs

    E aí, gostou da minha listinha?

    Beijos emocionados,

    Patty

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  9. Patty, adorei a sua listinha!

    "My sister's keeper" em português virou "Uma prova de amor". Eu não vi porque eu não gosto muito da Cameron Diaz... Mas, quem sabe, um dia.

    "Sempre ao seu lado" é mesmo triste Patty. Até eu que nem gosto de cachorro me emocionei com a história dessa fidelidade e amizade a toda prova! Fui ao cinema com a Rosângela, outra amiga que ama dogs. Gostei do filme. Uma graça e tocante.

    "Menina de Ouro", é verdade! Triste e bom. Muito bom! Amo Clint Eastwood. Todos os filmes dirigidos por ele são arrebatodores, né?

    "Kramer versus Kramer"... Você foi longe, ahã?;) Mas eu não acho muito triste não. Acho mais piegas do que triste. Agora me lembrei de um que é bem triste e com a maravilhosa Meryl Streep too: "A escolha de Sofia".

    Eu não gostei de "A vida é bela". Achei patriotada americanizada para levar Oscar e levou. Prefiro "A Lista de Schindler", que é também triste pacas.

    É ou não é bacana ficar falando de filmes, né? A gente pode passar umas horas divertidas relembrando tanta coisa maravilhosa e emocionante que vivemos no escurinho do cinema...

    Grande abraço,

    Lulupisces.

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