Presente
“Tem hora que a gente fica distraído olhando para o ontem...”
O achado poético saiu da boca do meu tourinho de seis anos. Estava eu perguntando algo para ele dentro do carro. Ele não respondeu e retruquei: “Tomás, estou falando com você!!” A resposta veio certeira em forma de poema.
É, há dias em que a gente está distraída, olhando para o ontem...
E no ontem tem a minha mãe sorrindo, a gente morando na casa do Lago, um quarto pequenininho, apertadinho, com varanda exclusiva só para mim.
No ontem tem meus passeios avoados de bicicleta; sem medo de cair e quebrar o cotovelo.
Ontem também estou com a amiga Patty indo ao cinema no cine Atlântida. Visto uma blusa-sanfona com estampa de morangos. Dezenas de morangos no fundo branco. Um garoto passa e mexe com as duas meninas leves: “Hum, vontade de tomar sorvete vermelho.”
E não é que ontem vejo meu nome na lista de aprovados do vestibular da UnB e saio gritando pela rua: passei! Passei!
Ainda ontem quebrei a cabeça para escolher as músicas a serem cantadas no meu casamento...
Pego ontem mesmo um Grandecircular lotado para chegar a minha escola de segundo grau. Tenho 15 anos, jeans apertados e toda uma vida pela frente.
Mas o ontem não me diz nada sobre esse presente: o de ter um filho que observa pela janela do carro com o mesmo olhar pensativo e viajante da mãe. Nem nas minhas inferências mais perspicazes, eu o construí assim: tão lindo e palpável.
Deve ser porque gosto de surpresas.
O achado poético saiu da boca do meu tourinho de seis anos. Estava eu perguntando algo para ele dentro do carro. Ele não respondeu e retruquei: “Tomás, estou falando com você!!” A resposta veio certeira em forma de poema.
É, há dias em que a gente está distraída, olhando para o ontem...
E no ontem tem a minha mãe sorrindo, a gente morando na casa do Lago, um quarto pequenininho, apertadinho, com varanda exclusiva só para mim.
No ontem tem meus passeios avoados de bicicleta; sem medo de cair e quebrar o cotovelo.
Ontem também estou com a amiga Patty indo ao cinema no cine Atlântida. Visto uma blusa-sanfona com estampa de morangos. Dezenas de morangos no fundo branco. Um garoto passa e mexe com as duas meninas leves: “Hum, vontade de tomar sorvete vermelho.”
E não é que ontem vejo meu nome na lista de aprovados do vestibular da UnB e saio gritando pela rua: passei! Passei!
Ainda ontem quebrei a cabeça para escolher as músicas a serem cantadas no meu casamento...
Pego ontem mesmo um Grandecircular lotado para chegar a minha escola de segundo grau. Tenho 15 anos, jeans apertados e toda uma vida pela frente.
Mas o ontem não me diz nada sobre esse presente: o de ter um filho que observa pela janela do carro com o mesmo olhar pensativo e viajante da mãe. Nem nas minhas inferências mais perspicazes, eu o construí assim: tão lindo e palpável.
Deve ser porque gosto de surpresas.
Presente para mim é estar entre essas memórias tão doces (literalmente doces até, com direito milk-shakes e sundaes de chocolate), quando das nossas saídas, onde vestíamos essas blusinhas florais leves, mini-saias jeans e fazíamos algum sucesso... as risadas eram fáceis!
ResponderExcluirMil beijos
Patty
Incríveis essas coincidências da vida, esta semana mesmo eu escrevi sobre isso nos nossos emails-livro, sobre como são arrebatadoras as surpresas da vida!
ResponderExcluirUm beijão pra você e pro seu filhote pensante.
É verdade, minhas queridas amigas!!! Fiéis comentadoras deste blog perdido no oceano...
ResponderExcluirAs surpresas arrebatam e tornam possível seguir na crueza da vida.
Gigantes afetos,
Lulu