Lições da reforma (não luterana)

Já são dois meses no nosso novo apartamento totalmente reformulado. Aos poucos, a ficha cai e algumas reflexões sobre esse processo insano de remodelar a casa, o casal e a vida em quarteto vão ficando claros. Mudar faz parte da vida, sim, mas como dói!!!! E, às vezes, como é caro!!!! 

Reparto com vocês - ainda bem que eu tinha um blog para extravasar e diminuir as expectativas e neurastenias decorrentes de todo o projeto argamassa - algumas lições (aproveitando o mote do Dia do Professor) extraídas do âmago do meu ser ainda em choque com uma nova casa e seus dilemas. Vamos lá!

Fim de reforma é uma transição de segunda ordem (espie o que é que dá ser casada com um filhote de Einstein), ou seja, a mudança de estado reforma para não reforma não é abrupta. Sendo assim, não existe uma finalização definitiva, pronto, acabou. Ela segue em plano inclinado que parece, digamos, infinito. 

Ai que meda... Abrindo a new casa para o 1º grupo de amigos

Reforma é sinônimo de dívida. Sempre. Não acredite em planilhas e expectativas de gastos. 

Construir é a teoria do caos para leigos, isto é, é o funcionamento de sistemas complexos e dinâmicos nos quais determinados resultados podem ser "instáveis" em relação à evolução temporal e financeira. Isso significa que certos resultados determinados são causados pela ação e a interação de elementos de forma praticamente aleatória, como a cabeça do gesseiro, a mão do pintor ou a duplicação do preço das portas de um mês para o outro. 

Aprovados: planta no canto e composição de quadros

Para entender o que é um sistema caótico, não precisa fazer graduação em Física, basta, apenas, iniciar uma obra qualquer em casa... A formação de um vazamento, por exemplo, pode ser desencadeada e se desenvolver com base em centenas de fatores como o calor, frio, evaporação da água, ventos, clima, humores do sol, eventos sobre a superfície e inúmeros outros como a falta de qualidade do serviço de quem instalou as pias e ralos nos banheiros. 

Cecizinha Boom e o cunhado Gustavitos: sopinha e papos náuticos

Aquela banheira que você fazia tanta questão não faz diferença nenhuma e você ainda nem conseguiu ficar lá de bobeira por causa da tal transição de segunda ordem. 

Não adianta esperar a casa ficar pronta para chamar os amigos para uma “reinauguração”. Os detalhes tão pequenos da reforma ainda vão te perseguir por muitos meses (numa previsão otimista). 

superteacher de ioga Cynthia
 abençoando o lar com sua  vibração iluminada

Reforma nunca fica do jeito que você pensou. O que não quer dizer que surpresas não sejam sempre interessantes. 

Uma pintura mal feita incomoda os bobocas que pagaram por ela. 

Platero, Lulu e Deboratti se amarraram na cerâmica do Brennand:
 amigos de ontem, hoje e sempre

Você só repara o serviço lambão do instalador do piso depois que a primeira chuva de primavera faz o rodapé do assoalho despregar das paredes. 

Você descobre que vai precisar de um manual para acionar os novos e inúmeros comandos dos interruptores. 

Minhas gurus astrais: Virgínia e Cynthia
 Sempre prontas para  uma desempenada física e mental

Você torce para que os amigos não selecionem a sua casa para o programa “Chega de Breguice” do Discovery Home&Health. 

As janelas de alumínio que correm macias passam a ser a coisa mais linda que existe no universo! 

A cerâmica hidráulica saiu de moda exatamente porque fica com cara de coisa da vovó em dois meses de uso e não em vinte anos, como você presumia. 

Bruna, Lu, Clá-Clá e nóis: da UnB para a vida!

Você fica feliz só porque o sol agora toma conta da sala inteira. 

A rede, desde já, é o lugar mais disputado da casa. 

“Faria tudo outra vez se preciso for” é uma frase de efeito para ser aplicada em qualquer situação, exceto reformar e construir. 

Suelene e Rô conferindo o novo lar num almoço de meio de semana

Que venham sempre bons novos e velhos amigos para alegrar nossa vida nesse novo jeito de viver!