Reta final?

Como prometi, chego com evoluções fresquinhas do projeto argamassa. Daqui a pouco a reforma completa três meses... Reforma talvez seja um eufemismo para o que gente promoveu no apartamento. Tá mais para reconstrução...

Nesse último mês, as mudanças na obra foram em nível micro. Instalações elétricas e hidráulicas, tubulações, gesso no teto... A impressão que temos que nada está sendo feito e que o caos continua o mesmo. “Tem certeza de que vai estar tudo pronto até o fim de julho?”

Medindo cada parede. "Ordens do marido"

O engenheiro garante que a obra está dentro do curso natural, respeitando o prazo. O mestre de obras concorda e nós, plebeus do tijolo, acreditamos, mas sem tirar os olhos de cima porque nóis não é besta, certo? Coisa boa é realmente acampar o mais próximo possível da sua reforma. Tem de passar as vistas no trabalho todo santo dia... É de lei! Numa dessas visitas, percebemos que os pedreiros ergueram a parede diminuindo a cozinha nuns dez centímetros. Para apartamento, cada espacinho conta. Então, parede abaixo! E um dia a mais de serviço para levantá-la no lugar certo.

Fingindo que acha legal medir cada parede de drywall

Ainda não sucumbimos à crise nervosa alardeada por tantos traumatizados, apesar de reforma realmente consumir todo o tempo que já não tínhamos antes. Mas nossa conta bancária sim, naufragada há muito pelas intempéries das faturas da loja de material de construção, de tinta, de louças... Nessa semana eu fiz um levantamento de preços para 30 latas de massa corrida e umas 300 folhas de lixar. Numa loja, o preço batia em mais de dois mil reais. Na outra, 500 reais a menos. Haja paciência para orçar cada coisa, mas se não for assim, é ferro na certa.

Ontem saímos para comprar os aramados para os armários da cozinha. Um roupeiro + um escorredor de pratos/copos + um porta-detergente transado + fruteira de bancada = menos mil reais na conta ou + mil reais no vermelho. Tudo nesses tempos modernos de tantas invencionices supimpas para o lar é assim: na casa do milhar.

Rômulo gosta de ir todo dia na obra. Esse puxou o pai mesmo!!!

Mas, aos poucos, o apê começa a ficar com cara de abrigo. As paredes já estão no lugar que vão ficar, o teto já recebeu as sancas em linha reta que lhe darão um quê estiloso e iluminação mais aconchegante e, enfim, os banheiros estão sendo revestidos. Agora é a hora e a vez de Augusto Matraga! Não tem perdão. O que vai para a parede e para o chão é o que você comprou e que, na teoria, parecia bem legal.

Na prática, ainda vou ter de me acostumar com o revestimento cor-de-burro-fugido das paredes das suítes e do lavabo. Caramba, a arquiteta acabou conseguindo me colocar básica. Logo eu que sonhava com um banheiro lilás/azul para mim e um verde/marrom para os meninos... Agora lá está aquela “sobriedade” toda, aquela “discretice” cara de revista de decoração...

Meu quarteto de azulejos de Porto.

Mas pelo menos rolou uma cerâmica artesanal do Francisco Brennand nas paredes das duas suítes. E os azulejos portugueses que compramos em Porto alegrando o lavabo. Não dava para ganhar todas, mas dei um jeitinho. Apaixonantes as minhas cerâmicas! Dá vontade de ficar passando a mão sobre elas o tempo todo, captando a textura de forno quente que elas emitem...

As cerâmicas-xodó do Brennand. Aprovadas!

Concordo que a elegância dos tons nude enjoa menos. Talvez eu ficasse um pouco de saco cheio de tantas cores loucas nos banheiros. Mas não vejo a hora de ver o apê com os ladrilhos hidráulicos no chão da copa. Esses sim, barroquinhos como eu. E uma cor forte em alguma das paredes, para que não reste dúvida de que ali mora uma curadora do Museu do Artesanato, né?