Karatê Kids

Eu nem sabia que existia um elemento químico na tabela periódica batizado de Copérnico. Que meigo! Em meio aos Nióbio, Escândio, Estrôncio, Rubídio, Frâncio, Praseodímio e Háfnio, um Copérnico pode fazer toda a diferença nas certidões de nascimento. Que os pais “criativos” do outro lado da telinha não se sintam estimulados, por favor. Já me basta ter um estagiário chamado Wásny Thailon. Algum voluntário arriscar uma explicação?

Tenho uma teoria um tanto politicamente incorreta envolvendo o nome dos meus filhos. Já repararam como pobre gosta de nome com R? Não é à toa que nos campos de futebol os Reinaldos, Rogérios, Reginaldos, Ronicleis, Romários, Ronaldos, Robsons, Robercleisons e derivados formam times e mais times. Aí também incluo Rômulo, alcunha que percebi agradar em cheio as camadas populares. Toda vez que apresento os rebentos para uma empregada doméstica, faxineira, taxista, recepcionista, merendeira, garçonete, é sempre a mesma coisa: “Rômulo, que nome bonito!”

Exatamente o oposto acontece com Tomás. Nominho quase pimba (pseudo intelectual metido à besta). Não chega a ser completamente pimba como Érico (sugestão do pai para o segundo filho). Mas eu, uma mulher do povo, insisti heroicamente em ver respeitado o instinto gravídico que me pedia para nomeá-lo como o rei de Roma. Ganhei. Rômulo terá a quem culpar caso não se conforme com o nome dele.

Tomás tem pretensão acadêmica. É nominativo escolhido por casais que se julgam cultos e antenados com o que há de melhor nas artes e na literatura. Vai ser difícil encontrar um Tomás jogador de futebol. Tomás está nos círculos dos que fazem faculdade, pós-graduação e essas coisas de letrados. Tomás, o pensador. Rômulo, o guerreiro. Será que o nome faz mesmo a pessoa ou a pessoa é quem faz o nome? Retórica que se propaga no infinito.

E nem sei mais o porquê de começar esse texto. Eu e minha fixação com nomes. Manias... Meu Rômulo não vai jogar bola nunca. Posso parar de sonhar em pedir exoneração e viver da fortuna do filho artilheiro. Ele mal olha uma bola. Não parece ter a menor pretensão de jogar nada. Tomás, no entanto, já teve sua fase de amor com a pelota. Mas foi passageira, devo admitir. Os dois não gostam de bicicleta; não são meninos moleques. Passam ao largo dos padrões.

Karateca carece de glamour na terra do Maracanã. Porém não posso reclamar da abundância de estilo nas sequências do catar. É quase tudo o que uma mãe hedonista pode almejar.

Comentários

  1. Escolher o nome de um filho é algo muito bom, uma "brincadeira" séria que nos faz imaginar a carinha do nosso bebê batizado por nós com um nome que o acompanhará por toda a vida. Que responsabilidade, né? A Bruna (sortuda por possuir um nome bonito a meu ver, claro, porém, comum, diferente dos nomes tresloucados que vejo nas listas de chamada dos meus alunos, rs) diz assim: "Ah, eu queria ter o mesmo nome da minha amiga, Estela, eu adoro esse nome..." Filho nunca está satisfeito com o próprio nome né? Eu lembro que quando lhe falei alguns nomes que pensava em colocar antes da Bruna nascer, você deu alguns pitacos... rs, mas gosto mesmo desse nome, "Bruna"... existem mais Brunos que Brunas por aí, então, lá na lista de chamada ela só faz par com algum Bruno da sala. Ela é a única... e o bom é que ela é, em geral, o núnero 4 na chamada, diferente de mim, que até chegar na letra P prá responder "presente!" era uma eternidade...rs. Gosto muito de Tomás e Rômulo, são nomes de peso, de personalidade; incomuns sim, porém, sensatos (Ih, lembrei agora do Sensato e do Danado... rs)pseudônimos dos pimpolhos em questão.

    Beijos,

    Patty

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  2. Ai de mim, que me chamo Valdeir
    Nem temer o destino posso
    Pois aos quase 40 há pouco porvir

    Tampouco posso culpar meus pais
    Sou Junior e comigo papai
    Divide assim meus tristes ais

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  3. Oi Pattygirl,

    Eu dei pitacos sobre os possíveis nomes para a Bruna, é? (até parece que perderia a oportunidade, não é mesmo?):) Não me lembro. Quais foram as minhas sugestões naquela época?

    Se tivesse filha se chamaria Tarsila, Dalila, Isadora, Cora, Dandara, Aurora ou Lorena... São esses os nomes que eu curto ultimamente (há uns dez anos, eu acho). O Tomás, se fosse menina, seria Tarsila. Era o único que Bernardo e eu gostávamos em conjunto. Assim como Tomás. Rômulo foi uma escolha só minha mesmo. Bernardo queria Érico.

    Bruna é bonito e não tão comum como Bruno. Não gosto de nomes comuns porque sempre achei, com essa mania de ser original, muito chato dividir a sala com 2,3 Lucianas...

    E primão, você para mim será eternamente Júnior. Definitivamente, Valdeir não combina com uma pessoa tão descolada.:)

    Mas, poderia ser pior, lembre-se disso!:)

    Abreijos e obrigada pelas participações especiais,

    Lulupisces.

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