Viva a pacificação!!!

Uma amiga querida me pediu que debatesse nesse espaço o uso das tais "coleiras" para crianças. Essas que agora começam a aportar no Brasil em forma de mochilas que podem ser presas na meninada, com um cordinha que, por sua vez, fica presa no braço do adulto responsável. Ultimamente, não ando comprando briga, uma versão lightLu, tão pouco afeita aos conflitos... Mas, vamos lá, porque o assunto é interessante.

Sinceramente, não vejo o porquê de qualquer polêmica em torno do tema. O que é que tem? Não existe cachorro sendo tratado como criança? Então, a recíproca também pode dar pé, why not? Brincadeiras à parte, realmente não vejo tanto mal assim em ter sob controle a sua criança peralta. Aquela que vive deixando você de cabelo em pé a cada saída no meio da multidão.

A "coleira" é um instrumento prático e aliviador de estresse para  pais já neuróticos  com tantos afazeres concomitantes. Claro que o equilíbrio no uso é importante. Cê não vai sair com seu filho "preso" para qualquer lugar. Mas há locais em que ela pode ser de salutar valia: feiras, megaeventos, carnaval...

Quem atira pedra nessa forma de preservar a integridade física e mental das mães e pais por meio da segurança dos filhos é porque não tem um rebento danado, infernal ou - como disse a filha de outra amiga: "vilão da classe". Imagina o nível de gracinhas que esse ser comete diariamente para que uma criança o defina desse modo... Salvem essa professora!!

Eu tenho um filho assim. Rogo a Deus que o galego não se torne o vilão da classe, mas o guri é atentado como ele só. Com ele, não adianta dar a mão (segurando com força já excessiva), brigar, abusar da voz de comando. Meu caçula some no mundo num piscar de olhos. Noutro, já está à beira do precipício e, no minuto seguinte, se esconde atrás de algum lugar que bloqueia nossa visão vigilante em cima dele. Pronto: pânico instantâneo. Que, até o hoje, sempre se resolveu num happy the end, mas não sem adquirir várias rugas e cabelos brancos a cada episódio.

Recordo agora o terror que foi perder a minha sobrinha durante uma interminável hora na Praia do Futuro, em Fortaleza. Marianna era só bochechas e cachos em seus 5 aninhos. Nunca me esqueço do desespero da minha irmã e do meu cunhado. Toda a sorte de coisas pavorosas passando pela cabeça deles.

Eu, ainda longe da maternidade, também senti a dor de não mais vê-la viva... E nem havia papo de pedofilia nesse tempo. Depois de tanto horror, o serviço de som da praia informou que havia uma menininha que dizia se chamar Marianna esperando papai e mamãe... Um casal do bem encontrou minha sobrinha antes que ela morresse afogada ou fosse embora na companhia do bichão papão.

Sei que os pais precisam impor sua autoridade. Sei que os filhos devem entender sobre o certo, o errado e o duvidoso, além de como eles podem ser levados para sempre por "pessoas más". Ou ser atropelados por carros velozes. Ou se perderem no meio da multidão e ir parar num abrigo de crianças. Mas, com alguns pimpolhos, agitados e curiosos por natureza, a ajudinha da coleira é providencial. Onde que a gente compra, hein?

Os norte-americanos chamam a chupeta de "pacifier". Um nome que diz tudo. Mas, por falta de outra denominação tão pertinente, as "coleiras" poderiam ser apelidadas de pacifier II, a missão.

Comentários

  1. Nossa, não conhecia isso! Fui até pesquisar no google! rs... vem cá, tem um modelo para adolescentes também? Tipo, o adô vai a uma festa, a cordinha da coleira teria metros e metros de extensão, aí quando desse meia-noite, vupt! Os pais puxariam a corda, pacientemente, enrolando-a como um novelo de lã, até o festeiro adentrar voando pela janela da casa, seria ótimo!

    Bom, quando a Bruna era pequena, a segurava pela mão mesmo... e passei vários sustos: a menina sumia no ar! Como é que podia? E aí ressurgia do nada, rindo da gente, a danada.

    Aprovo a novidade.

    Beijos,

    Patty

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  2. Eu particularmente ja usei a coleira para a minha filha que hoje tem 4 anos. Sair com ela de casa ate a esquina eh um desafio. Ela sai correndo e eu tento segura-la com os meus olhos ou gritos. Pessoas ja me viram por ai largando bolsa e sacolas para correr atras dela. A coleira nao funcionou para mim porque nem a coleira segura a Patricia. Eu uso o stroller. Acho que se o motivo for seguranca nao se deve julgar o metodo.

    Beijos,

    Evelyn

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  3. Conferido! Me amarrei! Ops,ou melhor, me encoleirei!

    Bjos,

    Daniele

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  4. Oba, vou conseguir comentar - desculpe a empolgação, é que tem um século que não consigo comentar. LightLu, realmente alguma coisas, só sentindo na pele pra saber. Em princípio, as tais "coleiras" parecem de arrepiar, mas fico pensando mesmo, no meio de uma multidão infinda, aqueles moleques que não obedecem, não compreendem a importância de avisar onde vão (muito menos quando fazem 18 anos)... É, o uso criterioso pode ser válido sim, o uso acomodado e comodista, não. Adorei sua reflexão, especialmente o "não existe cachorro sendo tratado feito criança?". :)

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