Voltei pra vocês!!!!

Ui, voltei. Tinha até gente achando que eu havia sido retida na imigração e sumido nos porões de Guantánamo, mas estou aqui para ressuscitar o blog, que, segundo os especialistas, já não tem mais salvação... Mais de 10 dias sem postagem: morte certa!

Ainda estou me refazendo do choque cultural. É como se estivesse a 300 Km por hora e desse de cara com a grade de proteção da curva Tamburello. Só que saí viva dessa mudança brusca Nova Iorque-Brasília para repartir com vocês as aventuras em série da Grande Maçã. Vamos lá!

Central Park em pleno verão verde
Sempre me espanto com a velocidade dos aviões. Sempre morro de medo também, mas é estranho dormir no hemisfério norte e acordar no Brasil. É muito rápida a desaceleração. Sem anestesia assim, ó!

Amigas me perguntaram se eu voltei ainda mais americanizada. Bem, eu voltei ainda mais new yorker, pois, quem conhece os Estados Unidos, sabe que a capital do mundo tem muito pouco de USA. Foram dez dias repletos. Aposto que foi em NY que Lobão criou sua frase mais genial: “é melhor viver dez anos a mil do que mil anos a dez”. Essa resolução sintetiza a Big Apple.

Times Square em sua atividade diária de formigueiro
Revivi suas ruas lotadas, subways suados e fétidos, suas pessoas desiguais, “desemelhantes”. Me dei conta de que NY é a verdadeira zona franca planetária. Provavelmente a única a merecer tal denominação por representar o conceito real de franqueza. Ali você pode ser você mesmo (ou outro, who cares?); vestir o que quiser, fazer o que quiser; falar qualquer coisa em qualquer língua. Ninguém se espanta. Ninguém se incomoda, ninguém julga ou hostiliza.

Mas também há sossego em NY (ao fundo, o Empire State Building)
A não ser as indelicadezas e a falta de civilidade. Não esbarre em alguém sem dizer: Sorry! Não passe na frente de outro para cortar caminho sem dizer: Excuse me! Não fale alto nos restaurantes ou dentro do metrô e agora, de acordo com a lei, não fume em nenhum parque da cidade (coisa estranha para uma zona franca, devo admitir). Mas ser paradoxal também faz parte dessa terra de todos.

Manhattan vista do Brooklyn
Fora essas pequenas ranzinzices, você pode fazer tudo o que o seu coração mandar em NY. E o meu ordenou que reencontrasse minhas amigas de dez anos atrás. Comovidamente constatei que elas me esperavam como se ontem fosse, com a atenção e a deferência delegadas aos amigos de verdade.

Sanduíche multicultural: Maria (peruana), Lu (brasileira) e Agnes (polonesa)
Legal saber que cativei pessoas além das fronteiras culturais, linguísticas e hemisféricas! Tenho um lugar especial na vida de uma polonesa, de uma peruana e de uma americana. Sem falar na de duas brasileiras, mas essas eram barbada, se a gente pensar que brasileiro se entende em qualquer lugar do mundo.

Queridas Brazilians: Evelyn e Cecília
As quatro amigas se desdobraram para me ver. Inventaram almoços, lanches e passeios. Elas queriam estar comigo. Era bom. Dez anos se passaram e dez anos é coisa pacas! Mas nada parecia ter mudado. Era como se houvesse um feitiço que estava sendo quebrado ali.

Sexta na praça: Minha big sister Nena conhece novas ideias
A conversa rolou leve e íntima ao mesmo tempo. Maria teve câncer, tirou os ovários e o útero. Mrs. Molly também passou por duras provas com um tumor cervical. Evelyn teve a segunda filha, Patrícia; Cecília ganhou uma neta, a Isabel, e Agnes formou família com um francês e deu à luz à pequena fofa Sofia.

Na casa da Agnes, vinho e conversa
Eu também tive meus filhos, minha mãe morreu. Uma década é muito tempo na vida das pessoas, não é verdade? Todas nós atravessamos intensas, doloridas e profundas transformações. Entretanto a amizade continuava refrescante e límpida.

Patrícia e Evelina, as beibas lindocas da Evelyn
Estar em NY e reconhecer a língua, as manias, os caminhos, o conceito. Me senti retornando para um lar. Foi uma jornada mais sentimental do que qualquer outra. E agora fico na dúvida se São Paulo é a minha terceira cidade do coração ou se é a segunda ou mesmo se NY é a primeira ou se Brasília é a terceira. Todas juntas no meu universo de referências e afinidades.

María em momento leitura com Sofia
Foi indescritível perceber que o inglês saiu fluente, como se nunca tivesse sido represado. Maria, Agnes, Mrs. Molly, Evelyn, Cecília… As meninas não mudaram nada, nem a little bit. E a impressão delas ao meu respeito também era a mesma. Estávamos nos desencantando desse longo sono, que espero, de coração, nunca mais seja tão demorado.

Pad Thai: prato pra lá de exótico da culinária tailandesa
Não perca a série sobre a Grande Maçã. Acompanhe aqui no blog as aventuras de duas jecas em NY, com dicas imperdíveis de restaurantes, lugares e compras. Aguardo vocês por aqui e com fotos, viu?!

Uma verdadeira instituição na Big Apple: NYPD. Pede pra sair!

Comentários

  1. Wellcome back.

    Your cousin,

    Valdeir Jr.

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  2. Ah Que bom que você voltou Lu!ficarei aguardando mais novidades sobre NY,quero fotos...beijos...Namastê!
    Cynthia

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  3. "Disseram que eu voltei americanizada,
    Com o burro do dinheiro, que estou muito rica,
    Que não suporto mais o breque do pandeiro
    Que fico arrepiada ouvindo uma cuíca"... rs

    Bem vinda de volta!!!

    Beijos

    Patty

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  4. Oi Luzinha, puxa, as fotos de NY estão ótimas, hein? Dá prá captar a energia... Suas amigas são mais velhas que você, parece. A não ser a polonesa. Apenas impressões... Manhattam está aqui como papel de parede no meu pc... rs. Mais real que em cartão postal!

    Beijos,

    Patty

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  5. Olá comentadores,

    eu não voltei com burro do dinheiro que nem a Carmem Miranda. Aliás, eu voltei foi totalmente descapitalizada devido à febre sacoleira que me atingiu incentivada pela minha irmã consumista!!! Os irmãos mais velhos, ao invés de dar exemplo, vejam vocês...:)

    NY está mais em festa do que nunca para os brasileiros. Tudo quase de graça, estou falando sério!

    Um beijão e não percam os outros textos sobre a Grande Maçã.

    Lulupisces.

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