Diário da Maçã - Dia cinco

Outra manhã chega na cidade dos arranha-céus, vestida apenas com as possibilidades. O que vamos fazer hoje? Olho pela janela do 14º andar e já vejo formiguinhas apressadas lá embaixo. As sirenes típicas de NY também já acordaram.  A aventura vai recomeçar... Urge por uma roupa leve e fresca e brindar os pés com sapatos pra lá de confortáveis, pois o sol de verão é forte na Maçã.

Havia um sol carioca no meio da ponte...
O programa do dia cinco era levar minha big sister para fazer um dos meus passeios favoritos na cidade: cruzar a Ponte do Brooklyn a pé. O dia estava azul tinindo e os raios solares nos remetiam ao Rio de Janeiro. Mas pegamos nosso bat subway – linha seis - e descemos na estação que fica ao lado da ponte.

Nossa amiga feiosa: a estação de metrô da 42nd

O passeio para pedestres é um grande mirante...
Cadê o chapéu? Sentimos falta... Era sol para ninguém botar defeito. Mas a ponte vale qualquer esforço. É linda, imponente, a cara de NY! Aos poucos, vamos nos afastando da ilha rumo ao Brooklyn e, ao fazer esse distanciamento, ganhamos, gradativamente, o prazer de descobrir o skyline da cidade.

Manhattan vai aparecendo em formas de prédios estranhos, originais, poderosos, criativos, únicos. As imagens são as mais bonitas que se pode ter. A câmera quer captar tudo.

de quase toda Manhattan
Um close na Manhattan Bridge


O paredão de prédios multiformes da Maçã

Os carros passam sob nossos pés

Rio Hudson e Manhattan Bridge ao fundo
No meio da ponte há mirantes e turistas e com eles vendedores ambulantes de água. É, também tem camelô em NY... No Soho eles são bem chiquezinhos, mas isso é tópico para outro dia. Marilena já estava um tanto agoniada por acumular moedinhas de 1 cent.

Resolvi solucionar o problema e entregar ao vendedor para comprar a garrafinha de água por 1 dólar. O negro com dreads, cara desconfiada e visível mau humor, recebeu o dinheiro irritado:

-What’s this?
Your coins, your money, respondi lacônica, sem deixar brecha para protestos.

Não levem a sério o azedume dos vendedores de NY. Muitos deles são mesmo de mal com a vida. E nenhum deles tem paciência para esperar que você demore mais do que dois segundos para decidir. O melhor é chamar o vendedor, o garçom ou qualquer outro atendente, quando já tiver sua escolha pronta na cabeça.

Liberdade, zelai por nós!

É assim que você vê a estátua do ferry
Água tomada, era hora de retornar e fazer outro programa turistão: ver a estátua da Liberdade. Bem, eu nunca paguei nada ou enfrentei filas para ver o símbolo maior de NY. Não curto multidões e convenções. O que eu faço é pegar o ferry gratuito de Manhattan para Staten Island e pronto (http://www.siferry.com/).

O trajeto da barca passa bem próximo à Ellis Island, a casa da senhora liberdade (http://www.statueofliberty.org/). Para mim, já basta. Mas ouvi muitos brasileiros reclamando que não estava com nada ver a estátua daquela distância.

Esse é o ferry que vai para Staten Island

Um belo e movimentado dia de sol
Minha irmã curtiu o passeio e tirou muitas fotos com sua nova câmera. Aquele vento no rosto, o rio Hudson e o mar +  o skyline de NY... “O barquinho vai... uma calma de verão, deslizando na canção...” O lance é esse: pegue o ferry, desça na estação lá em Staten Island (que não tem nada para ver) e volte imediatamente em outro ferry que já está partindo. Descemos no porto ali no extremo sul/downtown de Manhattan e procuramos um lugar para almoçar.

As jecas só curtindo...

Um pouco do downtown Manhattan visto do ferry
Battery Park e edifícios do Distrito Financeiro 
 Saladinha refrescante no Au Bon Pain forrou o estômago e forneceu energia suficiente para retomar nosso turismo pela Maçã. De repente, minha irmã totalmente psicótica com sapatos, pescou a palavra-chave na vitrine: sale.

Entramos na loja e ela começou a experimentar 350 sapatos sem falar inglês e com aquela paciência - já descrita acima -das vendedoras. Pensei que teria que apartar uma briga a qualquer momento... Mas deu tudo certo, pois uma das vendedoras empezó a hablar en  Español con la chica e todo se aregló.

Dois pares de sapato dela e três pares de sapato meus depois - olha aí, a influência perniciosa da minha irmã mais velha -, saímos da loja Aerosoles (recomendo: sapatos de couro bonitos, confortáveis e baratos - http://www.aerosoles.com/) rumo à rua Wall Street.

No clima do money, money, money a gente já estava, né? Sacolas nas mãos e parada obrigatória na frente da Bolsa de Valores de Manhattan. Ali, o capitalismo selvagem se personifica. O lugar emana uma aura diferente, juro! Chega a dar certo calafrio...

Stock Exchange: a imponente Bolsa de Valores dos EUA
E como o consumo era a tônica da tarde, resolvi entrar na famosa loja Century 21 (http://www.c21stores.com/, que está encravada em pleno distrito financeiro. A blockbuster store é mesmo o paraíso da brasileirada que quer comprar grife com preços de feira do Guará (aliás, mais em conta do que as tarifas cobradas em qualquer feira de Brasília).

Passamos algumas horas lá dentro, indo de andar em andar. Comprei um monte de roupitas supimpas para os meninos... Levis, Puma, Guess sei lá mais o quê (não saco muito essa lance de marca, sorry!)

O prédio sofreu uns amassos...
Trezentos dólares mais pobre, voltamos para o hotel. O quarto já começa a dar sinais de lotação máxima... Onde colocar tantas sacolas???? Banho, perfume, agitação no ar: hoje tem musical da Broadway!!!!!!!! O escolhido era surpresa para mi hermanita: The Lion King. Também compramos pela internet aqui no Brasil.

Quando moramos em NY, o Rei Leão estava estreando a preços exorbitantes. Agora, não que seja baratinho, mas enfim justo (65 dólares), conferimos o super espetáculo. Perfeito! Impactante!

O Rei Leão vai nos pegar!!
Eu era daquelas que torcia nariz para a menção da palavra musical. Mas, após conferir o primeiro ao vivo lá na Broadway (42nd Street, em 2001), revi meus conceitos. Pode ir sem medo a qualquer um deles. Todos vão lhe oferecer profissionalismo e magia em igual medida.

A África aportou na Broadway
Se você não fala inglês, carece escolher algo com menos teatro e mais dança e música. Por isso optamos pelo Rei Leão. Assim, a Nena não ficou sem entender patavina, muito pelo contrário, ela deixou a sala profundamente maravilhada e comovida. Nunca tinha visto nada sequer parecido com aquela suntuosidade toda.

É sempre assim... A multidão circulante.
Cansados e sorridentes, saímos do teatro a esmo pela Broadway... Os letreiros nos hipnotizando, conduzindo-nos nesse mundo de sonhos e paixões. Pegamos uma comida indiana deliciosa numa deli-birosca e comemos gulosos, esbodegados na cama do hotel. Já passava da meia-noite quando meus olhos descansaram.

NY é ilusória e transitória...

Nas brumas da noite...


Comentários

  1. Excelentes dicas Lu.A do musical e a dos sapatos, nem se fala...NY realmente pelas fotos , me parece uma cidade que nos convida a festejar a vida, com suas luzes,as multidões(calor humano?)e suas inúmeras tentações.
    Muito bom!bjão...Namastê!
    Cynthia

    ResponderExcluir
  2. Sem palavras viu... M-A-R-A-V-I-L-H-O-S-O (ops, disse uma! rs)

    Ah, que blusa linda de morrer (ou de viver, como diz a Hebe) é aquela que você está vestindo na foto com os prédios ao fundo??? Ofuscou os prédios! Estou amando o seu estilo (hippie-chic?) de vestir... adoooooooro!

    Beijos

    Patty

    ResponderExcluir
  3. Pois é, a blusa chamou mesmo atenção, Lu. Parece coisa meio egípcia com aquela asa... ai, e os teatros, museus, galerias, parques... compritas... tudo de bom! Quero ver essas coisas todas. Chame para o tal chá de crisântemo... :)) bj

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Postagens mais visitadas deste blog

Ousadia

Presentim de Natal

Horizonte de Eventos