Frost bite


Caminhar na alvorada nos reserva imagens de delicadeza: o sol banha a ouro as empenas e fachadas dos prédios residenciais, as copas das árvores... Joia gratuita que, aos poucos, toma conta de todo o cenário de cima para baixo. É bacana acompanhar o jorro de luz avançando à medida que se avança também no percurso.

Muitos pássaros diferentes estão animadíssimos assim que raia o dia. Os pombos-lixeiros não se fazem de rogados em bandos arrulhados. Párias, assim como os grupos de moradores de rua envoltos nos cobertores que, em tempos ainda mais preconceituosos, eram chamados de “sapeca-negrinho”. 

Na manhã que se inicia tem missa para o que cedo madrugam. E os cachorros obrigam seus donos a sair para um primeiro passeio. O ar é gélido e seco. Muitos caminhantes se cruzam, alguns dizem: bom-dia!

Um senhor que passa por mim reclama do frio. Concordo com ele, mas na verdade discordo. Adoro sentir as bochechas gelando. Algo que talvez tenha aprendido com os invernos rigorosos de NY. Mas sempre gostei das temperaturas amenas. O calor, de modo geral, me incomoda, a não ser que esteja de frente para o mar.

A caminhada termina, o suor pinga do rosto. A energia vital se renova. Leio posts de tantas pessoas afirmando “eu odeio malhar!”. Que coisa incompreensível! Como não gostar de ver a máquina do corpo em pleno movimento, se condicionando, se sentindo a mil em comunhão com a natureza?

Odiar academia é uma coisa, mas odiar flexibilidade e saúde é uma espécie de autosabotagem. Desculpe-me se pareço patrulhadora, mas realmente fico triste ao ver tantas pessoas jovens sedentárias. Encontre algum prazer na atividade física, gente! E não vale dizer que já pratica sexo, OK? ;)

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