Minhas férias


De volta ao mundo real. Ou seria lá detrás dos montes, encravada no vale da Mantiqueira, onde se esconde a realidade? Porque a felicidade, com certeza, está lá. Naquelas verdes pastagens que não tomam conhecimento das vorazes cidades que engolem sonhos e pausas.

Oração

Tempo em Virgínia, São Sebastião do Rio Verde, Pouso Alto, Passa Quatro, Itanhandu, Passa Vinte e demais paragens das Terras Altas de Minas não quer dizer muita coisa. Nonada. Só o existir entre uma capelinha de melão e outra, entre uma prosa e outra. O cemitério cheio de flores de plástico lembrando que a morte é quem nem a vida: cotidiana.

Capelinha de melão

Morte e vida Virgínia!

A gente pensa que esses cenários já deixaram de existir. Somos mesmo muito autocentrados. O relativismo cultural não chega nem ao fim da rua. Mas com toda a alegria boba do planeta a gente descobre que estava errado. Que o interior ainda sobrevive. Até dentro da gente. Que tem caipira que nem sabe o que é capital: Brasília? Onde? Em São Paulo? Rio? Tem mar?

Tenho de concordar com ele...

Igreja-matriz de Virgínia/MG

Uma semana longe da estipulada civilização. Mas desconfio que civilidade mesmo pode ser encontrada é naquelas estradinhas de terra batida, nas cavalgadas ao pôr do sol, na gentileza e fartura com que somos recebidos nas montanhas mineiras. Computador, pra quê, sô? Celular, televisão? Mais mió di bão é olhar pela janela e só ver morro, árvore e vaca. Acreditar que a existência sem penduricalhos é palpável porque quem mora ali véve assim e tá satisfeito por demais.

Nos tempos das diligências

Cavalgada ao pôr-do-sol na Mantiqueira

Viajar de carro é ainda a melhor maneira de absorver a cultura de um país. De sentir as diversas atmosferas disponíveis. Não vale a pena abrir mão destas descobertas. São aprendizados. São memórias olfativas e visuais. Captar os odores de café, cana, sol nascendo, sol morrendo, laranjas, currais, gambás, terra-roxa, álcool de usina, suco de caixinha fabricado na beira da rodovia, cachaça, bosta de cavalo... Botei meus olhos na terra-roxa e me deu vontade de parar o carro e colocar as mãos naquele tesouro.

Papai, o que é cana?

Havia um canavial no meio do caminho para explicar.

No caminho tinha Panamá do abacaxi, tinha o Prata do doce de leite mais gostoso do Brasil, tinha Catanduva de braços abertos pela amizade, tinha Barretos de queridos familiares... E na Passa Vinte já havia passado alguém? E na Passa Quatro, quatro rios nasceram e fertilizaram o vale da Estrada Real.

Conquistando o mundo

Namoro no vale

"Da janela lateral do quarto de dormir..."

Voltar a ser criança é preciso!

Mantiqueira, me queira! Vou, porém com vontade de fincar raiz.

Os girassóis de Pirassunga...
E as abelhinhas da manhã...
400 metros de liberdade sobre o vale da Mantiqueira


Comentários

  1. Uai, sô! pelo que entendi vcs ficaram no aconchegante hotel Vale da Mantiqueira, não é? Eu, Gustavo e Bruna ficamos uma semana lá, te mandei fotos e até indiquei o hotel, lembra? Foi em 2010. Bom demais! Mas não saímos para conhecer Virgínia, agora vejo, uma pena... quem sabe da próxima vez! Saudades do friozinho por lá... muita comilança!
    Que bom que voltou!
    Bjs
    Patty

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Pattygirl,

      só vocês mesmo!! O que é isso??? Ficou 1 semana no hotel e não foi a pé conhecer Virgínia, que fica a 3 KM de distância?????????????????????? Caramba, vocês elevaram o tatuzismo ao último nível!!!!! KKKKKK!!!!

      Poizé, perdeu mesmo. A cidade é fofinha. Fui duas vezes. Uma a pé e na outra, já voltando pra São Paulo, de carro.

      Não me lembrava dessa sua viagem, sorry. Mas adoramos o passeio. Lugar muito bacana, gente hospitaleira, comilança mesmo. Ainda bem que desci e subi bastante morro. Assim a consciência não pesou muito não.

      Explorar, viajar... Melhor coisa não há!!

      Beijão,

      Luzinha.

      Excluir
  2. Nossa Lu que férias maravilhosas!!!o lugar é realmente deslumbrante...Me enchi de vontade de conhecer e vou, pode ter certeza...dispôis de umas paragens dessa uai, tá pronta pra encarar o que vier, não é mesmo?"e se quiser saber pra onde eu vou, pra onde tenha sol, friozinho, montanha, ar puro,terra roxa, gente simples é pra lá que eu vou".
    Que bOOOMMM que você voltou também...beijo grande...paz...
    Namastê!
    Cynthia

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Postagens mais visitadas deste blog

Ousadia

Presentim de Natal

Horizonte de Eventos