No caminho...





Rever um belo filme é reencontrar outros tantos detalhes cênicos e palavras despercebidas. Faz frio, claro, é inverno em NY. Um inverno que costuma ser longo e duro até para os suíços (encontrei um colega de Bernardo na IBM reclamando, o que me espantou). 

A experiência de viver fora de casa, com uma rotina sem rotina é emoção extenuante. Por isso, não tenho me desafiado além da conta com filmes que possam chacoalhar o coração. Todavia, não resisti em mostrar para a irmã Marilena, nesse dia de chuva ininterrupta, na temperatura introspectiva de 3 graus Celsius, sem falar nos filhos doentes, esta joia em prata da Cruz de Santiago de Compostela.

Ter conhecido a cidade de mesmo nome e sua catedral magnífica, de portas abertas para todos os peregrinos, para todas as dores, promessas, desejos e realizações, foi uma das vivências mais profundas que já experimentei. Não à toa trago a tatuagem da mesma cruz de prata no punho, para me lembrar de como a vida é dura e mágica. Naquele momento, perdia minha mãe para o câncer e estar ali, compartilhando da intensidade de milhões de passos, sussuros e pedidos me pareceu sobrenatural.

Tive, sem dúvida, uma experiência metafísica e ainda nem caminhei por nenhuma das rotas que nos levam até lá. Cheguei no final do percurso, mas pretendo partir de algum início ainda nessa encarnação. Para vocês, fica a dica do filme e um convite: quem topa?



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