Aprendizagem tudo ao mesmo tempo agora

Conecte-se com o professor George Siemens e conheça sua teoria sobre compartilhamento de saberes na era digital 

“Antes mundo era pequeno
Porque Terra era grande
Hoje mundo é muito grande
Porque Terra é pequena...”

(Gilberto Gil em Parabolicamará)

Internet na velocidade 4G e conexões sem fronteiras alardeiam as campanhas publicitárias. Aldeia global, afirmam os pensadores. O fato é que nunca na história das civilizações as pessoas e os países estiveram tão interligados simultaneamente, ainda que distantes por milhares de quilômetros físicos e ideológicos. 

A conectividade é nova ordem mundial. Ao menos para os habitantes das áreas urbanas do planeta. Entretanto, os estudos sistematizados sobre os impactos desse fenômeno social avassalador são bastante recentes. Os debates acadêmicos se intensificaram na última década. Muito tem se falado sobre a fluidez do conhecimento na Educação contemporânea e um dos nomes que despontam nessa área é o do canadense George Siemens que, em 2004, desenvolveu e fundamentou uma nova teoria de aprendizagem que definiu como “Conectivismo”. 

George Siemens é educador e pesquisador no campo da aprendizagem, tecnologia, redes, análises e abertura em Educação. É autor do livro Knowing Knowledge, um estudo sobre as transformações no contexto e nas características do conhecimento e os desdobramentos dessa nova realidade nas organizações. 

Segundo Siemens "a tecnologia reorganizou o modo como vivemos, como nos comunicamos e como aprendemos". Desse modo, o “conectivismo” seria um modelo de aprendizagem que reconhece as mudanças substanciais da sociedade atual, onde a aprendizagem não é mais uma atividade interna e individual. 

Nas palavras do educador, “Conectivismo é a integração de princípios explorados pelo caos, rede e teorias da complexidade e auto-organização. A aprendizagem é um processo que ocorre dentro de ambientes nebulosos onde os elementos centrais estão em mudança – não inteiramente sob o controle das pessoas. A aprendizagem (definida como conhecimento acionável) pode residir fora de nós mesmos (dentro de uma organização ou base de dados), sendo focada em conectar conjuntos de informações especializadas”. 

O fim das verdades únicas - A teoria de Siemens aponta, portanto, para um conhecimento que se constrói por meio de uma rede de conexões na qual a aprendizagem depende da capacidade de criar espaços compartilhados de saberes. O conhecimento está disponível para quem quiser “pegar”, disposto nos mais diversos ambientes e plataformas, não somente nas salas de aula, nas universidades e entre os especialistas portadores de “verdade universais”. 

Consequentemente, o aprendiz do século XXI é aquele que adquire conhecimento não apenas do modo tradicional, formal de transmissão de entendimentos, mas também interagindo com a vida cotidiana dele e de outros indivíduos conectados pelas redes de divulgação. O aprendizado em comunidade, a aprendizagem colaborativa como proporcionados pelo Ensino a Distância (EaD), por exemplo, estão em franca expansão planetária, demonstrando que a criação de novas tecnologias e ferramentas digitais podem favorecer a disseminação de informações acadêmicas em nível global. 

Resumindo, esses seriam os Princípios do Conectivismo: 

• Aprendizagem e conhecimento apoiam-se na diversidade de opiniões e posições; 
• Aprendizagem é a capacidade de se conectar em ambientes específicos ou em fontes de informações; 
• A aprendizagem pode residir em dispositivos não-humanos; 
• A capacidade de investir no querer saber mais é torna-se mais importante do que o conhecimento que o indivíduo já possui; 
• É necessário cultivar e manter conexões para facilitar a aprendizagem contínua; 
• A habilidade de perceber conexões entre áreas, ideias e conceitos é fundamental; 
• A atualização do conhecimento é a intenção de todas as atividades de aprendizagem conectivistas; 
• Tomar decisão é processo de aprendizagem; 
• As decisões tidas como corretas hoje podem estar erradas amanhã devido às rápidas mudanças que afetam a realidade social.