Criação



A spalla grávida 

empina a barriga pipa. 

Marca o compasso, 

saltita no espaço. 

O bebê evolui ao som 

dos instrumentos.

Flutua e rodopia

na fluidez amniótica 

da composição.

Os minúsculos tímpanos lá de dentro,

percutem no ritmo do tímpano cá de fora.

O acalanto emana das trompas de falópio 

sopradas com esmero,

logo atrás dos violinos.

(será nina ou nino?) 

Um bebê todo ouvidos:

absoluto e imerso

na música do corpo maternal 

casulo-acústico-polifônico-allegro.   

Adágio existencial.


Comentários

  1. Lindo Lu! Nós somos feitos de silêncios e sons...tem certas coisas que não sei dizer...mas sei sentir! E sinto sua forma de se expressar com as palavras intensamente!

    Márcia Renault

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  2. Que bonitinho!!!
    Como será que é estar lá dentro ? Eu não lembro kkk...

    Karla Liparizzi

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  3. ahhh,, amei!

    Clarice Veras

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  4. Lindo, Lu!

    Bianca Duqueviz

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  5. É muito lindo a forma que vc descreve com as palavras 👌👏🌹

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  6. Que lindo Lú, você transmite toda a emoção de ver a cria crescer se realizando de forma sublime. Pura emoção.

    Renata Assumpçāo

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  7. Um mimo!
    Adorei barriga pipa. Gostei de tudo.

    Re Osório

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  8. Amei, Luciana. Muito lindo. Lembrei de mim, qdo estava grávida e cantava no Madrigal, participava de óperas no coro, além do cravo!

    Ana Cecília Tavares

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  9. Que lindo e sensível! Muito especial receber um poema assim.
    Tem sido especial continuar tocando e imaginando que meu bebê está lá dançando e atento a tanta música linda.

    Luciana Arraes, a violonista

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