Personalíssima






Uma boa amiga me manda essa mensagem ontem: “Afie os dedos no Facebook. Depois que você começou a extravasar nas mídias sociais você ficou muito mais tolerante. Não fica com a necessidade de expor sua opinião no trabalho”.

Morri de rir pensando que talvez ela esteja certa. Ou sejam os mais de dez anos de prática de yoga; quem sabe o processo de envelhecimento ou ainda os anos no exterior, aprendendo a lidar com sofrimento e solidão.

De fato, o local de trabalho não é espaço para falar o que se pensa, mas, sim dos sonsos: “manda quem pode, obedece quem tem juízo”. Ao menos no ambiente do serviço público, ter “personalidade” não costuma te levar a lugar algum. E a boa amiga sabe o quanto fui desajuizada nesses anos todos, custando-me uma carreira pífia na Administração Pública.

Mas aqui na minha timeline, não posso deixar de ser quem eu sou. Minhas ideias podem incomodar, irritar e até chocar. Tenho consciência de que sou às vezes radical e crua, mas não posso concordar quando me acusam de me portar como “dona da verdade”. 

Não tenho necessidade de ser seguida por cordeiros. Apenas exponho as minhas personalíssimas verdades. Se você compactua, legal, temos mais pontos em comum. Se não, não se ofenda. Não quero mudar a visão de mundo de ninguém a ferro e fogo, mesmo que a maneira de expressar o que sinto seja passional e contundente.

Caraca, em algum lugar preciso dessa catarse. Não sou uma burrinha de presépio por mais que o STJ tenha tentado me soterrar com sua formalidade e mesmice. Se não puder ser Luciana nos meus textos, onde mais? Não nasci para me esconder. Não sou caracol, mas girassol. 

Gosto do debate e de gente que gosta de debater. Obviamente a proposta desses embates não é convencer ninguém pelo cansaço. Embora enfática e verborrágica, a intenção é só tumultuar o processo! KKK! Fazer a roda dos argumentos girar...

Não me peçam saídas fáceis e frívolas. Por isso não gosto de vídeos tolos, muito menos de grupos de zap. Replicar memes não é a minha praia, ainda que ache boa parte deles incríveis, super criativos. Acontece que tenho essa compulsão em criar minhas próprias elucubrações. Não sou de foward, porém de write your message (ou record your message) o que deixa meu marido irritado com áudios, bem irritado comigo. :)

É só isso, gente! Não se sintam coagidos por mim. Escrevo. Encarem como convicções de uma idealista utópica ultrapassada. É escrever ou sucumbir. Prefiro a primeira opção. Beijos!


Comentários

  1. Por aí, Lulas..
    Testemunhei o quanto se paga o preço por ter opinião.
    As pessoas geralmente adoram gente com opinião, mas desde que não digam a verdade sobre elas, sobre as máscaras que colocam ....
    Infelizmente, o serviço público é local para sonsos. Finge que não está vendo e vá longe, é a regra.
    As pessoas adoram concordar umas com as outras nos bastidores. O silêncio impera quando a autoridade se coloca. E quem primeiro te desarticula é quem concorda contigo na surdina.
    Triste realidade!!! Aprender lidar nesse universo sem adoecer é uma arte para poucos. Aos sonsos, as batatas!

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  2. Ultrapassada? Mulher, não seja doida. O que seria de mim, se não acolhesse sua palavra que oferece voz as minhas inquietações? É para isto que os poetas, artistas, escritores veem ao mundo para que a gente não perca a esperança na beleza!

    Karla Melo

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  3. Continue "Girassol". É nas diferenças que o universo se equilibra! Adoro ler o que vc escreve, embora algumas vezes pense diferente!

    Socorro Melo

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  4. Lú, ultrapassada, dona da verdade, esses adjetivos não te pertencem, gosto de ler suas colocações, você me faz pensar muito, já mudei de ideia pelas suas colocações. Gosto de gente como você, que não tem medo de por pra fora o que pensa.

    Renata Assumpção

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  5. O que seria de mim sem seus textos??? Mesmo que discorde de alguns pontos!

    Ceci

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  6. Você sabe muito bem como controlar a tal espiral do silêncio, não deixa que essas vertentes nefastas ganhem força. Tenho certeza que consegue atingir, vez por outra vem um e outro reclamar aqui, eu só comemoro, penso mais um! O dedo na ferida em tempos assim é de suma importância. Mantenha!

    Anna Luiza

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  7. 10
    Quem sabe, assim não renasce, nossa música, literatura, cultura.
    Que venham as reminiscências platônicas e as ideias afloradas como a sua, encham esse Brasil de GIRASSÓIS!

    Davi

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