Criminosa das lentes




A imagem pode conter: árvore, céu, planta, grama, atividades ao ar livre e natureza



Meu ex-professor de inglês na Cultura Inglesa, companheiro de peripécias no FB, ator, provocador e dramaturgo Alexandre Ribondi disse que ficava irritado com fotos de paisagens postadas no Facebook sem informação de localização. 

Então resolvi contar um pouco desses cliques todos que eu tiro em minhas andanças pelo condado de Westchester, estado de NY.

A maior parte deles está nos meus trajetos entre o Westchester Community College e o nosso apê. Podem ser também no caminho das escolas dos meninos em White Plains/NY ou, quem sabe, nas vezes que dirijo até a IBM para deixar Bernardo no trabalho.

Mas o que acho relevante compartilhar com vocês é a dificuldade que tenho para registrar essas paisagens idílicas. 

Pensam que é simples? De jeito nenhum! As estradinhas do condado não têm acostamento. E você não pode entrar na rua de uma casa, por exemplo, caso contrário é invasão de privacidade (os americanos são bem ciosos de seu espaço privado). 

Ainda que exista um acostamento, você só é autorizado a parar nele em caso de emergência. Se um carro da polícia passar e me ver tirando fotos vai me dar um mega sermão e uma mega multa. Bernardo já foi vítima dessa repressão infame ao lirismo diário!

Daí, eu paro loucamente, saio correndo ainda mais alucinadamente, clico e volto para o carro. 

Às vezes, não resisto e entro num desses acessos particulares e faço o registro na mesma velocidade da luz, tipo hit and run!

Por isso que o bom mesmo é passear nos cemitérios como uma alma penada. Neles, me sinto com toda a liberdade do mundo. O carro fica parado em qualquer cantinho, ando entre as lápides, aprecio e fotografo com calma e preguiça.

Todas as árvores lindas deveriam fazer parte desses campos sagrados... Seria mais tranquilo bancar a fotógrafa nesses termos. 

Todavia, não deixa de ser excitante agir como uma criminosa das lentes, me esgueirando furtiva pelas redondezas para conseguir um bom ângulo.


Comentários

  1. Ah ah ah... só de imaginar você como a criminosa das lentes, correndo loucamente para registrar as paisagens, a gente se diverte. Quanta aventura e história pra contar. Já imaginou como vai ser pra narrar tudo isso quando você voltar para Brasília a cada um que perguntar?

    Estava aqui espiando, ao lado, vendo o arquivo do blog. A lista de narrativas já pode tornar-se um livro (e eu não sou a única a "cobrar").

    Beijocas. Marcita. :)

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