My dear raven






Sou admiradora do escritor Edgar Allan Poe. Lembro da alegria de ganhar da mamãe uma adaptação infanto-juvenil chamada “O Gato Preto e outras Histórias”. Foi o primeiro livro sobrenatural e de mistério que li na vida. Me apaixonei pelo tema. E também pela escrita dele.

Poe foi o primeiro autor da Literatura a escrever uma história de detetive: “Os crimes da Rua Morgue”, conto que inspirou Conan Doyle a criar Sherlock Homes.

Pois esse genial escritor morou os últimos três anos de sua vida numa humilde casa na região rural do The Bronx do idos 1800 e poucos. Era bem pobre, apesar de “O Corvo” ter feito relativo sucesso. 

A mulher dele, Virgínia, que era sua prima em primeiro grau, morreu de tuberculose na cama que ainda está lá. Na minúscula sala de estar, Poe escreveu “O Barril do Amontilado” e outros textos importantes. 

Devastado pela morte da companheira de 20 anos, ele sucumbiu em circunstâncias misteriosas (envenenamento, raiva canina, cirrose avançada?) três anos depois da esposa. Tinha 40 anos. 

Foi muito interessante conhecer melhor o The Bronx. A rua que corta o borough me lembrou a Comercial ou a Sandu de Taguatinga, no Distrito Federal: comércio popular fervilhante, muitos carros e pessoas para lá e para cá. 

Aproveitamos para cruzar a High Bridge, ponte para pedestres e bikes que, no passado, foi um aqueduto que abastecia NYC. Poe costumava caminhar sobre a ponte pensando em sua amargurada e sombria vida... 

Um gato preto cruzou nosso caminhar pela calçada na volta para o carro. Deve ter sido Poe agradecendo a reverência.



Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Ousadia

Presentim de Natal

Horizonte de Eventos