Tapete vermelho
“Filmes são eles e a sua circunstância. Faz papel de ingênuo quem pensar que neste mundo conta apenas o mérito artístico.” (Ortega y Gasset) Fui uma cinéfila boa parte da vida. Não perdia os lançamentos, frequentava as salas da cidade, principalmente os cineclubes, religiosamente, semanalmente. Tinha um caderninho (talvez ainda esteja perdido nos guardados e eu volte a encontrá-lo) no qual anotava minhas impressões sobre os filmes e fazia minha própria cotação em estrelas. Reescrevia passagens dos diálogos ou de locuções que me encantavam. Acho que o meu lado escritora ainda não havia aflorado. Sem dúvida um grande passatempo. Faz bastante tempo que abandonei esses hábitos bacanas. Filhos, TV a cabo, preços exorbitantes dos ingressos, a queda dos cinemas de rua, das salas de exibição de filmes fora do circuitão… Nunca gostei de shoppings para nada, inclusive para ir ao cinema. Mas às vezes ainda saio da inércia para curtir uma telona, que tem o seu valor inestimável. As condições fís