Ser&Estar
Por onde passo
trespassa o olhar.
Felicidade da fruta
paga o pedágio das sementes,
cascas e caroços.
Sol nos ossos, mesa posta
É domingo.
Galhos tentam alcançar balões azuis
de céu,
brigadeiros e papagaios.
Gatos buscam afagos.
A solidão do cachorro encarcerado
não atravessa despercebida
a manhã florida
Pesadelos
são presentes
que agarro de manhã:
me mostram
o que jamais
imaginaria
(Sofia Mariutti)
Voltei a sonhar. Para quem dorme bem, não é digno de nota, mas para mim, é um lindo retorno ao mundo de Jung.
Sei que todos nós sonhamos, só não nos lembramos deles muitas vezes.
Fazia um bom tempo que minhas noites eram um céu sem estrelas porque o Patz apaga a gente e, ao que parece, também apaga as memórias a longo prazo. De acordo com recentes estudos, a medicação pode influir em casos de demência precoce. Por isso, era urgente que eu mudasse de estratégia.
Cheguei à conclusão de que insônia é uma doença crônica como hipertensão e diabetes. Já tentei de tudo (das coisas mais naturais às mais trash), todavia vou, possivelmente - eu me rendo - tomar remédio a vida toda para dormir uma noite de sete horas ininterruptas ou quase.
Pilulazinhas e gotinhas receitadas pelo terapeuta holístico ou pelo homeopata ou pelo psiquiatra. Todos juntos. Não há escapatória. O importante é sonhar.
Indicado por uma amiga, comecei uma nova fase com um novo psiquiatra, que me receitou outro princípio ativo. Não é que está dando certo? Não quero me alegrar precipitadamente, mas estou tão feliz de poder abraçar mamãe nas minhas peripécias oníricas again. Sim, ela voltou a me visitar. Tem rolado cada sonho maluquinho!
Só que nesta última madrugada tive um pesadelo na companhia dela. Tenso. Alguém do lado de fora da janela estava tentando entrar serrando a grade de proteção. Eu via a sombra, mas não sabia se era verdade ou se era coisa da minha visão míope. Mamãe dormia pesadamente como sempre ali ao lado e eu, criança, ficava nesta angústia: sacudo-a ou não?
Acordei assustada e percebi, ainda bem, que estava no meu quarto da atualidade. Louca nas drogas, HAHAHA! Que nada, acho que este sonho ruim foi culpa do romance policial na cabeceira: “A morte é um negócio solitário”, do grande Ray Bradbury - autor também de uma das minhas distopias favoritas, “Fahrenheit 451” - é um cadiquim assustador. Nunca antes havia lido um livro de detetive que me provocasse certo arrepio sobrenatural. Sombrio pacas.
Agora fica o dilema: lê-lo ou não antes de dormir? Aguardemos as cenas das próximas viagens astrais.
Ah, Lulu, que maravilha! Sonhar é importante, pois atingimos a melhor fase do sono. Fico feliz por você! 😍
ResponderExcluirMelhor não ler esse trem antes de dormir.Kkkk
ResponderExcluirQue bom que vc está conseguindo dormir!
Não tenho como opinar no seu caso, mas fiquei tocado pelo tema.
Às vezes é importante fazer as mudanças necessárias.
E dormir com a cabeça tranquila 😘
Rodrigo Holanda
Que bom Lú, que voltou a sonhar, é tão bom.
ResponderExcluirJá tomou melatonina? Romeu tem problemas com o sono, o médico receitou ele agora dorme.
Já tive muita insônia, mas fui mudando meus hábitos noturnos, com ajuda do psiquiatra, durmo muito bem.😍😘
Renata Queiroz