Acomodação das placas tectônicas

A pessoa que visita cemitério e igreja de cada cidadezinha que vai.

São Benedito, rogai por mim e pelo amigo de vida que sofre com moléstias malvadas.

Entrei na simplória nave, onde três senhoras rezavam os mistérios

(As três graças do Brasil, as três Marias, as três irmãs…)

“Para alcançar as dádivas divinas não é preciso igreja cheia”, disse a mais velhinha. Eu acredito. 

(A pessoa sem fé que se comove com a crença alheia).

De repente saiu de mim o creio em Deus pai todo poderoso e completo, como decorado para fazer a primeira comunhão aos dez anos de idade. Estava lá dentro, guardadinho para a ocasião precisa e de precisão.

Meus olhos marejaram, a ladainha me acalentava.

Um sol morno de inverno adentrou pela porta, límpido. Milagre foi meu coração não ter parado de bater, fulminado pelo Altíssimo. 

(A escadaria era de fato bem íngreme)

Plano sem piloto

Perdi o costume de cruzar as asas em quatro rodas. Que trânsito. A cidade lotou, virou um cargueiro. Não mais plana como o avião idealizado, elegante Demoiselle do Dumont.

Kleiton & Kledir

Teste “egocêntrico”?

Seria o corretor ortográfico captando os sinais dos tempos ou um ato falho de quem digitava ergométrico?

Já pensou se houvesse um e ele fosse obrigatório? Eu hein, nem pensar!😃

Acomodação das placas tectônicas

Apática, palavra que não se revelava

soterrada 

pelo monturo de escapismos.

A, prefixo da ausência.

Não é estranho que exista apática e o seu contrário “pática” não tenha uso na língua portuguesa?

Ao gênero feminino só nos cabe a apatia, pois pático, do grego pathikós, na linguagem poética existe, e é o homem entregue à devassidão.

Resta, na libertinagem das palavras,

encontrar distração.