Secos&Molhados
Cultivo amores por taperas, ruínas, escombros. O abandono das casas desabrigadas, antes cenas de algazarras.
Ecoam cânticos ancestrais no que restou da nave de uma igreja de outrora.
Outrora, a prima-irmã da aurora.
A melancolia que habita as paredes descascadas se reconhece no espelho da minh’alma.
Jogo de sedução:
atração entre o inefável e o incandescente
Opostos se complementam entre o nascer e morrer.
Ar alimenta fogo
energia geradora:
vida.
Sol e nuvem não se cansam da rotina.
Não sou orquídea para viver numa estufa! Me acoplem à árvore mais próxima,
deixem-me ao relento.
Selvagem é o ar que preciso,
pois enlouqueço a olhos vistos.
Preciso fugir do cheiro nauseabundo de putrefação da delicadeza.
Encontrar o recôn(dito) de utopia que um dia esteve no genoma da cidade.
Entreolho
a entrequadra
metáfora
da fenda
entre nós.
A destreza das mãos
(re)pousa nas asas:
Intrépidas?
Inertes?
Quem decide é a lepidóptera.
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