Crença
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A gente se tatua porque precisa mostrar ao mundo no que a gente acredita. E acredita tanto que tem a coragem de marcar a pele para sempre com a nossa crença. Você tem de ter consciência de que será uma espécie de eterno cartaz ambulante, levando, onde for, a sua mensagem perpetuada em tinta. Hora do rush na padaria. Três atendentes se espremem atrás dos caixas. A fila cresce para pedir o pão, para pagar o bolo. Uma das funcionárias pergunta por cima do burburinho: É um livro? Percebo que a pergunta é para mim. Ato contínuo, me dou conta da tatuagem (a gente se esquece de si mesma quando se vê todos os dias). Caramba, como ela conseguiu divisar o desenho no braço direito, estando do lado esquerdo àquela distância e naquele entra e sai de pessoas e de sacolas? Ah, sim! Faço um sinal positivo com a cabeça. Bonita. Você é escritora? É, eu escrevo. (A gente não consegue se assumir. Falta um tantão de terapia). Só podia. E sorri. Pago meus pães e, a caminho do carro...