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Olho mágico

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A vida e seus singelos presentes. Brasília, cidade na qual os vizinhos quase sempre são estranhos que cruzam nossos caminhos entre a garagem e a porta do apartamento. No máximo um bom-dia, um como vai. Seres esvaziados de sentido comunitário. Pessoas que não acrescentam nada em nossas apressadas existências.  Mas por alguma obra fantástica do destino, eis que recebemos uma graça sem esforço, sem pagar promessa. E eu, que vivo querendo fazer roteiros de cinema da minha rotina, ganhei o argumento perfeito, daqueles de filmes saborosos e inspiradores: uma família queniana morando há poucos meses no sexto andar da nossa prumada.  Ah, quem me dera tivesse o talento para contar essa história que vem se desenrolando em forma de quitutes. Uma intensa troca de gentilezas alimentares que surpreende a cada toque da campainha em horários pouco usuais.  Primeiro foi o paizão, gigante negro com sorriso farto e voz de baixo. Jamal é o nome dele. Trouxe samosas ou mais corretame