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Mostrando postagens de julho, 2014

Om mani padme hum*

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Já não sei mais quando ou como me tornei amiga da Lara. Aos 43 a gente começa a esquecer detalhes precisos de fatos importantes. Mas foi por volta dos seis anos, na primeira série do colégio Notre Dame.  Também não me lembro como e por que a nossa amizade foi se fortificando. Ao dar por mim, já pertencia à casa dela, de onde entrava e saía sem a menor cerimônia, pois éramos vizinhas de quadra e, desse modo, tudo ficava mais fácil. Sem contar que naqueles idílicos anos setenta, os pais eram mais relaxados e as crianças mais soltas nas ruas...  Estava ao lado da Lara na traumática separação de seus pais. Acontecimento tão corriqueiro hoje, mas quase inédito então. Talvez tenha sido a partir desse ponto que tenhamos nos tornado melhores-amigas-de-infância. E assim fui vivendo a minha vida junto com a dela. Invejando as aulas de piano que ela tinha em casa com piano de verdade e eu não. Colocando aparelho nos dentes na mesma época, repartindo com ela aventuras rurais na

Balançando...

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Jornalistas gostam de escrever balanços. Eu gosto é de balançar... Deve ter sido por isso que primeiro fiz Publicidade, era mais lúdico. De qualquer modo, vamos lá soltar o meu verbo. Sim, meu. Teve gente aqui no FB que disse que eu não estava no meu “normal” quando critiquei veementemente os que iriam torcer para a Argentina na final. Quando tive vergonha dessa seleção brasileira pífia, a pior que já tivemos em todos os tempos.  Sim, era o meu normal. Eu sou passional, visceral e na lata. E não gosto de futebol de quatro em quatro anos. Eu gosto de futebol desde que me entendo por gente. Frequento estádios há anos e já tive, inclusive, a prazerosa chance de ver a seleção brasileira disputando uma vaga nas eliminatórias contra o Equador num Morumbi lotado (80 mil pagantes)! O esporte é parte da minha vida e quase me formei em Educação Física de tanto que sou apaixonada por quase todos eles. Todavia, futebol e dança são Arte! Recebem maior carinho do meu coração... 

Rescaldos da Copa

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Sabia que iria começar a ler os velhos discursos brasileiros de sempre: "nós somos mais do que futebol!" "Isso foi só um jogo!" O mais do mesmo papinho abjeto da superação...  Claro que isso é só um jogo. Mas ele diz muito sobre nossa incompetência de séculos. Ele diz muito sobre nossa falta de compromisso com a nação. Ele diz muito sobre nossa falta de responsabilidade de achar que o mundo é ainda amador quando todos já entenderam que precisam ser profissionais.  Ninguém aqui estava achando que o Brasil era melhor do que a Alemanha. Mas o que aconteceu foi totalmente inadmissível. Esses jogadores, incluindo o técnico, ganham muito bem. São profissionais, entretanto agiram como moleques. Não tiveram a menor preocupação em honrar a camisa verde-amarela e agora seremos, para sempre, motivo de chacota no futebol. Não é nada, não é nada, mas era um orgulho nacional. E agora eles vão chorar e a população vai ficar com pena? Oras, assim caminha o Brasil,

Tangente

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Vaidade besta que eu nutro é ser parecidinha com a Clarice Lispector. Fisicamente, vamos explicar. E talvez na personalidade. A segunda pessoa que me chamou a atenção para esse fato foi um dono de sebo lá na Praça da República (São Paulo) no longínquo ano de 1993. A primeira pessoa quem me afirmou: “você se parece com a Clarice Lispector” foi o amigo que me apresentou ao tal dono do sebo, figura gente boa que acabou publicando um textinho de minha autoria sobre Mario Quintana num jornaleco obscuro da Pauliceia.  Depois que os dois me falaram dessa sutil conexão com uma das mais instigantes escritoras mundiais, comecei a prestar mais atenção e vestir a camisa da parecença. Aquele jeito meio soberbo da Clarice, cara de poucos amigos: admito que tenho. O tropeço na fala dos encontros entre TRs e DRs: também.  O hermetismo de alma, dois filhos homens, o gosto pela solidão, a insônia crônica, o amor pelo mar... Tanto em comum que eu poderia, do dia pra noite, começar a es

Fabriqueta

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Quando fui jovem e acreditava que a floresta da vida era recheada de atalhos floridos sem lobo-mau ou, pelo menos, com apenas um lobo-guará, pensei em abrir um negócio: cartões personalizados para datas especiais: Natal, Aniversário, Dia das Mães, dos Pais, Namorados, Promoção no trabalho e até para momentos difíceis como morte na família ou recuperação de alguma doença. Pois todo mundo fica meio sem jeito de falar alguma coisa nessas horas. Ninguém que ser óbvio, mas acaba sendo literalmente sofrível e sofrido... Todavia, comprando um mimo na "Fabriqueta de Cartões Originais da Lulu", a saia justa estaria resolvida! Muita graça, doçura, criatividade e inteligência em poemas, citações ou textinhos lúdicos... Bom gosto e elegância na hora de complementar o presente para aquela pessoa especial... Peraí! Tô me saindo uma mesmice só! Quem vai acreditar? Yes, I can! Ou could...  O tempo passou, passou tanto, que até meu filho acaba de completar 1 década de vida. E