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Mostrando postagens de fevereiro, 2009

Neurotic short story

“Hepatite, escarlatina, estupidez, paralisia, toxoplasmose, sarampo, esquizofrenia, úlcera, trombose, coqueluche, hipocondria, sífilis, ciúmes, asma, cleptomania... E o corpo ainda é pouco” (Arnaldo Antunes) Cheguei adiantada para a aula de hidroginástica. Joguei-me numa poltroninha preta e fiquei esquadrinhando o ambiente à espera de entrar na piscina. Ao meu lado, uma senhora muito elegante, bonita, de sobrancelhas perfeitamente desenhadas puxou conversa: "você faz o quê?". Hidroginástica, respondi. "Eu faço yoga". Ah, eu também faço yoga, mas em outro lugar. Yoga é ótimo, né? "Eu não tenho coragem de entrar na piscina cheia de gente, tenho horror", ela confessou. Achei que era o momento de mostrar para ela que a gente pode superar traumas e dei o meu testemunho edificante: Eu também tinha esta prevenção com piscina, por isso resolvi fazer hidroginástica. "O meu médico até me recomendou, mas eu já fui falando para ele “qualquer coisa, menos p

Vamos falar da boa convivência?

Livros de etiqueta quase sempre se tornam bestsellers. Todos querem saber como se vestir para ir a um casamento, como se portar numa entrevista de emprego, como receber convidados em casa, o que falar ou o que não falar no primeiro encontro com o namorado(a). A preocupação com a postura no ambiente de trabalho e nos relacionamentos afetivos está na moda. Até para se corresponder via e-mail já existem regras de boa conduta, a “netqueta”. Sinal positivo de que o ser humano está numa contínua busca por relações mais cordiais e respeitosas com os seus semelhantes. Entretanto, nem sempre o que se lê nos livros acaba sendo aplicado no dia-a-dia. De vez em quando, na correria para chegar e sair de casa ou do trabalho (a vida moderna orientada pela opressão do relógio), nos esquecemos de regrinhas básicas da boa convivência. Na sua vida não deve ser diferente. Todos os dias, transitamos por corredores, subimos e descemos escadas, pegamos elevadores. Existe etiqueta para circular pela cidad

Rota Brasil

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Mar... metade da minha alma é feita de maresia (Sophia de Mello Breyner) As longas viagens de carro são essencialmente filosóficas. Não por acaso Hollywood percebeu que rodar – literalmente – uma história poderia ser uma grande sacada. Os norte-americanos são privilegiados como os brasileiros, ou seja, eles têm todo um quase continente para explorar em duas ou quatro rodas, o que torna o apelo cinematográfico infalível. Já pensou se a gente morasse na Argentina (não, tudo bem, vou pegar um exemplo menos polêmico) no Chile, vai. Que bobinho...No máximo em cinco anos – olha que eu estou fazendo uma conta para quem não tem lá muito espírito de aventura - a pessoa já teria varrido a terra natal de ponta a ponta, conhecendo tudo o que há de belo, excêntrico ou imprescindível. Chapada Diamantina - BA Ainda bem que a gente é brasileiro e precisa gastar umas duas encarnações para dar conta de cruzar o país e ver tantas maravilhas. Eu que viajo desde pequena – minha mãe também tem uma